terça-feira, 25 de novembro de 2014

Portugal: JOSÉ SÓCRATES, SANTOS SILVA E JOÃO PERNA EM PRISÃO PREVENTIVA




Advogado de José Sócrates vai recorrer da medida de coação aplicada

Às 22.30 de ontem (24) cerca de quatro horas depois da hora prevista e anunciada para a comunicação sobre as medidas de coação aplicadas a José Sócrates e restantes arguidos no processo foi anunciado que o ex-PM José Sócrates ficará em prisão preventiva, assim como o empresário Santos Silva e o motorista João Perna.

As razões de o juiz optar pela medida mais punitiva não foram enunciadas na comunicação feita aos jornalistas pela escrivã do processo, sendo até agora somente do conhecimento dos indiciados e de seus advogados. O advogado de José Sócrates referiu em declarações que discorda da medida aplicada (prisão preventiva) e que vai recorrer.

Um batalhão de jornalistas aguardou estoicamente, ante adversa intempérie, cerca de mais quatro horas o anúncio da decisão judicial. O anúncio estava previsto ocorrer às 18.30 mas por razões que jamais saberemos com certeza atrasou quatro horas. Deste modo o juiz demonstrou que fazer justiça não é o mesmo que encher chouriços ou que a contrainformação está presente e ativa, sendo ele muito provavelmente alheio ao facto. Afinal o tribunal não estava a aguardar pela hora nobre dos telejornais nas televisões para fazer o anúncio das medidas de coação como chegámos a admitir.

A Agência Lusa divulgou posteriormente que os indiciados, Sócrates, Silva e Perna, vão ficar na prisão da Polícia Judiciária em Lisboa. Do Jornal de Notícias apresentamos seguidamente a notícia objetiva sobre as medidas de coação. (Redação PG)

José Sócrates em prisão preventiva

José Sócrates vai aguardar julgamento em prisão preventiva. O ex-primeiro-ministro está indiciado por fraude fiscal, corrupção e branqueamento de capitais, no âmbito de um processo por crimes económicos. Esta é a primeira vez que é aplicada prisão preventiva a um ex-primeiro-ministro em Portugal.

O ex-primeiro-ministro José Sócrates saiu, esta segunda-feira, do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento e corrupção, tendo ficado em prisão preventiva.

O juiz Carlos Alexandre aplicou ainda a medida de coação mais gravosa ao empresário Carlos Santos Silva e ao motorista João Perna. Carlos Santos Silva está indiciado também por fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. Já João Perna é acusado de fraude fiscal, branqueamento de capitais e posse de arma proibida.

O advogado Gonçalo Trindade aguardará julgamento em liberdade, mas o juiz Carlos Alexandre determinou a proibição de contactos com os restantes arguidos e de se ausentar para o estrangeiro, com a obrigação de entregar o passaporte e de se apresentar semanalmente ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). Gonçalo Ferreira é suspeito de ter cometido os crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

As medidas de coação foram anunciadas, às 22.30 horas desta segunda-feira, pela escrivã do Tribunal de Instrução Criminal. Antes dessa comunicação, o advogado de José Sócrates, João Araújo, já tinha dado a conhecer que o seu cliente ficaria em prisão preventiva.

A prisão preventiva só pode ser decretada quando o juiz considerar que há perigo de fuga ou perigo de perturbação do inquérito e, nomeadamente, perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova ou perigo que os arguidos continuem a actividade criminosa ou perturbem gravamente a ordem e tranquilidade públicas, indica o artigo 204 do Código Processo Penal.

Falando aos jornalistas à saída do Campus da Justiça, o advogado de José Sócrates disse que a decisão do juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal, Carlos Alexandre, "é profundamente injusta e injustificada" e que irá "interpor recurso".

Jornal de Notícias

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