domingo, 12 de junho de 2011

Timor Leste: O 11 DE FEVEREIRO DE 2008, O MEDO DAS PALAVRAS E DA VERDADE


Alfredo Reinado, cadáver, depois de executado

BEATRIZ GAMBOA - Reposição*

TRÊS ANOS DEPOIS
ONG DIVULGA CONCLUSÕES “BRILHANTES” - E QUEM MAIS?

Sobre os acontecimentos do 11 de Fevereiro de 2008, em Dili, foi ontem notícia que o “processo judicial dos atentados de 11 de fevereiro de 2008 em Timor-Leste "violou" o direito a um julgamento justo, conclui o relatório de uma ONG timorense, que sublinha a "incapacidade" da justiça em determinar quem baleou o Presidente Ramos-Horta.” A notícia em português é da Agência Lusa. Texto que encontrará a seguir. Também em inglês, mais elaborado, no título WHO SHOT JOSÉ RAMOS HORTA? , compilado de EJBTL.

Sobre o que é afirmado não registamos novidades mas, mesmo assim, ainda muito comedimento nas palavras e termos empregues. Três anos volvidos sabe-se que o processo do “caso 11 de Fevereiro” foi a fabricação de uma farsa em que os juízes do Tribunal Distrital de Dili também colaboraram e que teve no Ministério Público, no então procurador-geral Longuinhos Monteiro e outros, os manipuladores do produto defeituoso chegado aos juízes mansos.

Desde sempre que elementos da anterior equipa que deu origem a esta nova Fábrica dos Blogues demonstraram a farsa. Desde sempre que os juízes souberam que iam deparar-se com uma farsa. Desde sempre se soube que os verdadeiros responsáveis pelo 11 de Fevereiro não estavam incluídos no processo. Desde sempre se soube que não foram elementos do grupo de Alfredo Reinado que disparam contra o PR Ramos Horta. Desde sempre houve conhecimento de que Alfredo Reinado e Leopoldino Exposto foram executados. Desde sempre se percebeu as incongruências do atentado em Balibar, na estrada e na residência de Gusmão. Os acontecimentos, ali, não foram um atentado mas sim quase tudo inventado. A quem interessaria inventá-lo?

Armas desaparecidas, provas contaminadas, um magistrado do Ministério Público absolutamente consonante com a farsa, que até negou ter estado na autópsia de Alfredo Reinado como numa alegre comemoração e que posteriormente, confrontado com imensas fotografias comprovativas da sua presença, acabou por alegar que “agora com o fotoshop tudo é possível". Coube aos juízes do TDD pactuarem com o magistrado comprovadamente mentiroso, nisso e em muito mais, ao longo do julgamento. Para que a farsa terminasse em conformidade com os interesses dos poderosos no poder.

Muito se disse, muito foi demonstrado. Agora vão surgindo algumas “vozes comemorativas” a dizerem meias verdades, mas que naquele momento também se calaram e nem tudo, do processo e julgamento, monitorizaram a sério. Não, que se tivesse dado pela sua presença permanente em monitorização, muito menos em contribuir para que a farsa não fosse muito mais além. Pelo que foi visto e se sabe.

Para o próximo ano os mesmos ou outros avançam com mais algumas afirmações e “novidades” na “comemoração do 11 de Fevereiro”. Quando e se Gusmão e Horta não forem governo nem presidente até é provável que comecem a experimentar serem “atrevidos”. Resta-nos esperar e ver o que vão trazer de “novidade”. Nunca dirão que houve os que armaram uma cilada ao grupo de Alfredo Reinado com o intuito de o assassinar e que aproveitaram para “arrumar” Ramos Horta na “confusão”. Ramos Horta terá tido o seu importante contributo na cilada sem saber que também estava na mira das armas. Tudo o resto é da responsabilidade de quem detinha e ainda detém o poder. Aguardemos, o tempo virá comprovar de que lado está a verdade. Pelo menos alguma da verdade.



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