A construtora MRV, empresa do setor de construção de edifícios residenciais, foi incluída na "lista suja" do trabalho escravo e lidera contratos do programa de habitação popular Minha Casa Minha Vida.
Segundo estudo recente da Economatica, a empresa foi a que obteve o maior lucro das Américas em 2011. O contrato mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) vem sendo divulgado desde o final de 2003 e reúne empregadores flagrados pelo poder público na exploração de mão de obra em condições análogas à escravidão.
Com as cento e quinze inclusões efetivadas na atualização semestral de hoje (31), a "lista suja" atingiu o número recorde de trezentos e noventa e oito nomes. A entrada da MRV se deve a duas fiscalizações que encontraram grupos de trabalhadores migrantes em condições de trabalho escravo contemporâneo em obras de condomínios na cidade de Bauru, em São Paulo, e em Curitiba, no Paraná.
A construtora MRV lidera contratos do programa federal de habitação popular Minha Casa Minha Vida. A pedido do Ministério Público Federal (MPF), a empresa poderá ser investigada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por prática de dumping social. Esse termo se refere à atividades de empresas que desrespeitam os direitos humanos e trabalhistas.
Entre os ingressantes, se destacam nomes de empregadores ligados à esfera política, como o engenheiro René Pompêo de Pina, que foi secretário de infra-estrutura do estado de Goiás e presidente do conselho da Celg Distribuição S/A, filiado ao PSDB.
O nome de Janete Gomes Riva, esposa do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Mato Grosso, José Riva (PSD), e do sobrinho do deputado federal Carlos Bezerra (PMDB/MT), Emanoel Gomes Bezerra Júnior, também aparecem na "lista suja" do trabalho escravo. (pulsar)
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