quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Guiné-Bissau: GOMES JÚNIOR RECANDIDATA-SE, ANIVERSÁRIO DO PAIGC

 


Carlos Gomes Júnior recandidata-se a presidente do PAIGC
 
19 de Setembro de 2012, 16:53
 
Bissau, 19 set (Lusa) - O presidente do maior partido da Guiné-Bissau, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior, recandidata-se ao cargo no congresso marcado para janeiro de 2013, disse hoje à Lusa fonte oficial.
 
Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro da Guiné-Bissau até 12 de abril, quando foi afastado por um golpe de Estado, está atualmente em Portugal, de onde enviou uma carta ao PAIGC a anunciar a candidatura, indicou a mesma fonte.
 
"Apresento-me como candidato" ao 8.º congresso do PAIGC, agendado para janeiro em Cacheu, disse Carlos Gomes Júnior na carta, onde se diz também disponível para fazer um debate público com os outros candidatos à liderança do partido.
 
PAIGC assinala falhas no processo de transição, em dia de aniversário
 
19 de Setembro de 2012, 17:42
 
Bissau, 19 set (Lusa) - O PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau, considerou hoje que "os fatores de sucesso do período de transição não estão a ser observados e implementados" e alertou para "os riscos decorrentes desta situação".
 
Augusto Olivais, o secretário-geral do partido, falava em Bissau, na cerimónia comemorativa dos 56 anos do PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), fundado a 19 de setembro de 1956.
 
No discurso em que lembrou a história do partido fundado por Amílcar Cabral, o dirigente recordou também que "no lusco-fusco de 12 de abril" passado "o eco das armas anunciou" uma nova etapa para o país e um período de transição política de um ano.
 
O PAIGC, disse, optou pela "ação diplomática, o diálogo nacional, a solução pacífica do conflito, o consenso e a unidade nacional", mas, ainda assim, "persiste o impasse total na Assembleia Nacional Popular, com consequências negativas em todo o processo de transição" que o partido quer que seja "inclusiva e pacífica".
 
Soares Sambú, do bureau político do partido, falou também, em declarações aos jornalistas, do "sentido de responsabilidade e patriótico" do partido, que o leva a procurar consensos, o que poderá mesmo significar integrar o governo de transição.
 
Se "integrar um, ou outro órgão, naturalmente que o PAIGC o fará com humildade e sentido de responsabilidade que o país exige", disse.
 
E se integrar o governo significar prorrogar o tempo de transição, Soares Sambú respondeu: "quando se procura consenso tudo é possível e tudo poderá estar em cima da mesa".
 
Até agora, adiantou "não estão reunidas" as condições indispensáveis para que "o processo de transição possa decorrer em ambiente de inclusão e apaziguamento", porque não há uma agenda política, não há a aprovação de um programa de governo pela Assembleia Nacional Popular (ANP) e também não há um Orçamento Geral do Estado.
 
Mas o PAIGC, disse, está a fazer diligências para que a ANP seja "o epicentro de toda a transição" e está disponível para discutir o assunto com o PRS (Partido da Renovação Social, o maior partido da oposição) "à hora a que for necessário".
 
De resto, disse, "a moral continua em alta" no partido e todos estão disponíveis para "contribuir para endireitar o processo e para o bem-estar do país e do povo".
 
Hoje, no salão nobre do partido, reuniram-se dirigentes e militantes para assinalar o aniversário, com mensagens das crianças (os pioneiros), dos jovens, das mulheres, dos antigos combatentes, dos quadros e dos deputados.
 
E aplaudiu-se o regresso ao partido de Augusto Mango e de Alama Nchianhassé, que foram do PAIGC, que saíram para formar outros partidos e que agora regressaram. Apelou-se à unidade da "família PAIGC", cantou-se, assistiu-se a momentos de dança, lembrou-se Cuba e Fidel Castro, a antiga URSS, a África do Sul e Nelson Mandela, os líderes africanos das independências e a criação do partido.
 
A 19 de setembro de 1956, Amílcar Cabral, perante um pequeno grupo de companheiros, propôs a criação de um partido político para alcançar a independência da Guiné e de Cabo Verde.
 
Chamou-lhe Partido Africano da Independência (PAI). A reunião durou uma hora e nela participaram também, lembrou hoje Augusto Olivais, Aristides Pereira, Luís Cabral, Fernando Ferreira Fortes, Júlio de Almeida e Elsisée Turpin.
 
A 24 de setembro de 1973, na região de Boé, era proclamado o Estado da Guiné-Bissau, reconhecido até final desse ano por cerca de 40 países.
 
FP.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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