segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Ministro português vai tentar abrir novas portas às relações luso-russas

 


Paulo Portas, vice-primeiro-ministro do Governo Português, inicia na segunda-feira uma importante visita à Rússia com vista a dar um novo impulso às relações económicas e políticas luso-russas.
 
Tendo a seu cargo a coordenação económica do Governo Português, Portas irá acompanhado de uma importante comitiva empresarial: cerca de 50 representantes de homens de negócios de vários ramos do comércio e da indústria.
 
Esta visita ocorre num momento em que as exportações portuguesas para o mercado russo aumentam a bom ritmo. No terceiro trimestre deste ano, elas sofreram um aumento de 50% em comparação com o período homólogo do ano passado. No fundamental, essa subida deve-se ao aumento de exportações para a Rússia de produtos tradicionais portugueses como o vinho e o azeite, mas também se regista um crescimento na venda de calçado, têxteis, maquinaria portuguesa no mercado russo.
 
O número de turistas russos que visita Portugal deverá, este ano, registar também um aumento de 30% a 40% em comparação com 2012, quando Portugal recebeu mais de 100 mil russos.
 
Quanto às exportações russas para Portugal, elas reduzem-se, fundamentalmente, aos combustíveis, principalmente ao petróleo.
 
Em todos estes campos, há um longo caminho a percorrer (as exportações portuguesas para o mercado russo são apenas de 200 milhões de euros anuais e a Rússia ocupa agora o 22º lugar no destino das exportações portuguesas), mas resultados reais só aparecerão se forem desenvolvidos esforços constantes e as visitas oficiais deixarem de se reduzir a pomposos encontros, corridas na Praça Vermelha ou estadias no Kremlin. Até agora, o desenvolvimento das relações económicas bilaterais parece dever-se mais aos esforços de homens de negócios portugueses e russos do que à ação das autoridades oficiais.
 
Neste momento em que Portugal atravessa uma grave crise económica, seria importante que o Governo de Lisboa e os empresários portugueses levassem consigo propostas concretas interessantes para atrair o investimento russo.
 
Atualmente, os investimentos russos limitam-se praticamente ao sector do turismo, mais precisamente à aquisição de hotéis na região de Lisboa e na Madeira, bem como à obtenção de Autorização de Residência para a Atividade de Investimento (ARI). Segundo números oficiais, dos 318 estrangeiros que receberam o ARI, 15 são russos.
 
Este número tenderá a aumentar tendo em conta o número de russos que já falam ou que estudam a língua de Camões. Este é um dos “filões” que as autoridades lusas não souberam ainda explorar na Rússia.
 
Por isso, é urgente alargar o leque de propostas de investimento ao capital russo sem qualquer tipo de complexos. Nesse sentido, o processo de privatização dos Estaleiros de Viana do Castelo, em que empresas ligadas ao magnata russo Andrei Kissilov foram afastadas duas vezes do concurso de forma pouco transparente, não é um bom sinal para os investidores.
 
Porém, esperemos que este exemplo vá de encontro ao provérbio russo que diz que “a primeira panqueca sai sempre mal” e que os capitais russos sejam bem-vindos a Portugal.
 
No campo político, espera-se um incentivo de contatos ao mais alto nível. Por exemplo, ainda não se concretizou uma visita oficial a Portugal dos atuais presidente e primeiro-ministro russo, respetivamente Vladimir Putin e Dmitri Medvedev.
 
José Milhazes – Voz da Rússia – foto EPA
 
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