segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Angola: OS JOVENS E A COMUNIDADE



Jornal de Angola, editorial

Os constantes apelos aos estudantes universitários para criarem projectos inovadores  que resultem na criação de empregos no país têm em vista um aumento significativo da participação de jovens angolanos no processo produtivo.

Estes apelos destinam-se a fazer com que os jovens universitários se habituem a enfrentar desafios num país, como o nosso, que tem de superar ainda muitos obstáculos para alcançar  o desenvolvimento.

Numa altura em que o número de estudantes universitários tem crescido  aceleradamente, faz sentido que o país possa contar com a prestação de uma camada da população que possui ferramentas para ajudar nas mudanças que se pretende realizar no país em vários domínios da nossa vida nacional.

Os estudantes universitários devem estar também comprometidos com o processo de crescimento e desenvolvimento do país, colocando as suas capacidades técnicas na rota das transformações na sociedade. Os jovens do país, pelo seu número, são uma força   incontornável, no difícil processo de construção do bem-estar.

A juventude é um estrato valioso da sociedade que tem muito a dar à reconstrução do país e espera-se dela iniciativas criativas capazes de resolver muitos dos nossos problemas.

Os problemas que temos no país não são poucos e muitos deles são complexos. Há grande esperança de que os jovens universitários sejam, eles também, agentes  geradores de oportunidades no mercado de trabalho, por via do conhecimento, colocado ao serviço da criação de espaços produtivos.

A juventude deve estar dotada da permanente vontade de fazer cada vez melhor pelo país, posicionando-se sempre na primeira linha do combate ao atraso económico e social. O país precisa de jovens ousados que saibam usar criativamente os seus conhecimentos adquiridos nas universidades no interesse da comunidade de que fazem parte.

Cada um de nós deve dar a sua contribuição para fazer o país progredir. Sabemos todos que não é fácil reconstruir um país, pela experiência que tivemos desde que a guerra acabou. Trata-se de uma tarefa que requer persistência e uma férrea disposição de superar as dificuldades. Os angolanos são um povo trabalhador e isso pode-se provar pela admiração que cidadãos estrangeiros têm pelo que fizemos em apenas 12 anos paz. 
Percorremos uma curta trajectória de paz marcada por feitos impressionantes no campo da reabilitação e edificação de infra-estruturas que vão servindo para sustentar projectos de grande vulto e alcance social.

Entretanto, um país não se constrói apenas com a intervenção do Estado na criação  de infra-estruturas. A iniciativa privada, essa, tem de constituir-se também em motor do crescimento económico e é indiscutível que a juventude tem um papel importante a desempenhar nesse processo. Temos hoje um universo de estudantes universitários que nos permite estar optimistas quanto à emergência de empreendedores focados na produção de bens e serviços em todo o país. Que os jovens universitários conheçam as necessidades do país e actuem no sentido de protagonizarem acções que contribuam para a criação de empregos e de riqueza.

A criatividade dos jovens é um pilar necessário para termos um país com unidades produtivas de sucesso. Como disse a secretária de Estado do Ensino Superior para a Inovação, Maria Augusta Martins da Silva, o empreendedorismo é uma forma positiva de criar riqueza através de novos produtos e novos métodos de produção.

É indispensável que os jovens empreendedores se lancem em projectos empresariais com um bom nível de organização e que possam actuar no mercado com a eficiência  necessária para ajudar a economia a crescer. A juventude que tem conhecimentos não deve ter receio de enfrentar os desafios, em particular ao nível da produção, pois é por via da de unidades produtivas que podemos satisfazer muitas necessidades colectivas.

As universidades têm de centrar preocupações na qualidade da transmissão de competências aos jovens formados para que estes estejam em condições de inovar. É benéfico para a comunidade que os nossos jovens formados sejam capazes de, não só criar empresas, como também de fazê-las evoluir para patamares que lhes confiram  elevada capacidade competitiva. Os nossos jovens formados pelas diversas universidades, públicas e privadas, devem ser ambiciosos, no bom sentido, buscando constantemente a excelência. A comunidade precisa de jovens empresários competentes dispostos a contribuir substancialmente para o aumento em qualidade e quantidade da produção de bens e serviços.

Sem comentários:

Mais lidas da semana