sexta-feira, 29 de abril de 2011

RAPIDINHAS DO MARTINHO – 06




MARTINHO JÚNIOR

A MENTIRA TEM SEMPRE PERNAS CURTAS 

A ANGOP tem de rever, no mínimo, os cuidados que deve colocar em cada notícia que é difundida, ou então, o que é melhor, deve rever o seu posicionamento perante a sociedade.

Vem isto a propósito da notícia que se junta, relativa à lagoa artificial do Capalanga, ao quilómetro 25.

Em primeiro lugar a lagoa está localizada não entre Luanda e Viana, mas depois de Viana, próximo do “porto seco” – a ANGOP falhou rotundamente numa localização que pode ser confirmada em qualquer parte do mundo, bastando para o efeito recorrer na Internet ao “Google Earth”!

A imagem do “Google Earth” em análise sumária indica que a principal obstrução, talvez a obstrução final que se tornou preponderante, resulta dos aterros efectuados com a construção da auto estrada (é só constatar o formato e a dimensão da lagoa).

A imagem da versão gratuita do “Google Earth” recolhida a 27 de Abril de 2011, tem a data de 25 de Junho de 2010, numa altura em que a lagoa atingia as primeiras casas afectadas e está localizada nas seguintes coordenadas: 08º 55´ 38.95” – Sul e 13º 24´ 35.76” – Este.

Recomenda-se uma visão calibrada a 440 pés.

Em segundo lugar peca pela fotografia que difundiu conjuntamente com a notícia: se foram os pobres habitantes que obstruíram o escoamento de águas, por que não fotografaram precisamente essa tal obstrução, realmente produzida pelos industriais, pela reconstrução do caminho de ferro e construção da auto estrada e não pelos habitantes.

Naquela área não há habitante algum capaz de mover montanhas para produzir aterros, só possível com o emprego de maquinaria pesada!

Pessoas que vivem no local desde 2006, confirmaram-me que antes da reconstrução do caminho de ferro, da construção da auto estrada e da implantação das indústrias, haviam charcos nas partes mais baixas da bacia, mas nunca se formou uma lagoa deste tipo e com esta amplitude.

Assim sendo, o director provincial de Luanda do Instituto de Estradas de Angola, António Resende, nas suas declarações sobre este assunto faltou à verdade e é circunstância agravante o facto de com isso dar indícios de estar a prestar um mau serviço ao próprio Estado!

A ANGOP desconhece ainda que a lagoa está lá há mais de um ano e que foi preciso o corte da linha e da auto estrada para este assunto, em desespero de causa, merecer resposta por parte dos organismos do Estado.

Com este exercício de mentira, a quem serve a ANGOP, quando este tipo de “descuidos” são produzidos?

A dose de propaganda viciada é também outro dos vírus de que enforma uma parte dos organismos de difusão massiva de notícias e a ANGOP, que deveria ser exemplar sob o ponto de vista deontológico, não está a escapar à regra!

Martinho Júnior 

Fotos: - “Google Earth” – Lagoa do Capalanga. - Passagem do comboio de passageiros Malange – Luanda, no dia 26 de Fevereiro de 2011, pelas 17H45 (clique para ampliar)




Via expressa Luanda/Viana com canal provisório de escoamento das águas


Luanda -  Um canal provisório para o escoamento de águas pluviais foi criado na via expressa Luanda/Viana para facilitar a drenagem do alagamento causado pela chuva que se abateu na última quarta-feira na capital do país.

O canal de 10 metros de largura e oito de profundidade foi criado no lado esquerdo do sentido Luanda/Viana e vai contribuir no escoamento da água localizada na bacia do KM 25, em Viana, que tem dificultado o trânsito automóvel nos dois sentidos da via e paralisou o comboio expresso do Caminho-de-ferro de Luanda.

Em declarações à imprensa, no final de uma visita de constatação ao local, o director provincial de Luanda do Instituto de Estradas de Angola, António Resende, fez saber que uma equipa técnica trabalha em conjunto com o governo provincial para minimizar o nível de água na estrada e na linha férrea.

António Resende apontou como causa do alagamento do troço as obstruções com a construção de casas na linha de água que anteriormente serviam e facilitavam o escoamento da drenagem natural das águas.

Segundo disse, o Inea está a trabalhar com governo provincial, através da administração municipal de Viana, para o cadastro de todas as residências que se encontram nos arredores da linha de água.

Acrescentou que as águas do referido canal vão dar ao sistema de drenagem que liga à vala de drenagem do Rioseco, estando prevista para quinta-feira o fim do trabalho.

O projecto de construção da via expresso, que tem início junto à Unidade Operativa de Luanda e termina no quilómetro 28, em Viana, foi concebido no quadro do programa do Governo de reabilitação das vias estruturantes e terciárias da capital do país.

Ela facilitará a circulação entre o centro da cidade e o município de Viana, com a colocação de bermas, passeios, viaduto, sinalização vertical e horizontal, retornos, pontes para peões e semáforos.


A estrada surge também para melhorar as deslocações aos municípios do Kilamba Kiaxi, Cacuaco e Samba, e as províncias do Bengo, Benguela, Malanje, Kwanza Norte e Kwanza Sul.

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