ND – RN - LUSA
Lisboa, 19 out (Lusa) -- Os países de língua oficial portuguesa estão rendidos ao telemóvel, mas têm graves problemas de acesso à internet, mostra um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a economia da informação, hoje divulgado.
O documento da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em Inglês), revela que, com referência ao ano de 2010, em Portugal há 142,33 telemóveis por 100 pessoas, a maior taxa de penetração destes aparelhos entre os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O Brasil surge em segundo lugar (104,1), com todos os outros países abaixo dos 100 aparelhos por 100 habitantes: Cabo Verde (74,97), São Tomé e Príncipe (61,97), Timor-Leste (53,42), Angola (46,69), Guiné-Bissau (39,21) e Moçambique, com 30,86 aparelhos por 100 habitantes.
Estes valores absolutos são melhor percebidos quando se considera a sua dinâmica subjacente, designadamente em relação a 2005, como é evidenciada no documento intitulado "Relatório da Economia da Informação 2011: As TIC como Potenciadoras do Desenvolvimento do Setor Privado".
Se Portugal já estava em valores elevados (108,57), o Brasil mais do que duplicou o seu ratio (46,35). Porém, é nos outros países que a evolução foi mais acentuada, dado o débil ponto de partida em 2005, quando era de 3,27 aparelhos por 100 habitantes em Timor-Leste; 7,23 na Guiné-Bissau; 7,24 em Moçambique; 7,83 em São Tomé e Príncipe; 9,77 em Angola; e 17,28 em Cabo Verde.
A expansão do telemóvel foi feita à custa do telefone fixo, cuja difusão estagnou e, em alguns casos, retrocedeu.
Portugal tinha 42,01 linhas fixas por 100 habitantes em 2010 (40,15 em 2005), o Brasil 21,62 (21,43), Cabo Verde 14,51 (15,14), São Tomé e Príncipe 4,63 (4,66), Angola 1,59 (0,59), Moçambique 0,38 (0,32), Guiné-Bissau 0,33 (0,7) e Timor-Leste 0,21 (0,23).
Nos utilizadores de internet, Portugal tem um 'ratio' de 51,1 por 100 habitantes (34,99 em 2005), seguido pelo Brasil, com 40,65 (21,02) e Cabo Verde, com 30,0 (6,07). Os outros aparecem mais longe: Angola com 10,0 (1,14), São Tomé e Príncipe com 18,75 (13,76), Moçambique com 4,17 (0,85), Guiné-Bissau com 2,45 (1,9) e Timor-Leste com 0,21, mais do dobro do 0,1 que apresentava cinco anos antes.
Sem comentários:
Enviar um comentário