sábado, 15 de dezembro de 2012

Portugal - Arménio Carlos: Se Cavaco promulgar OE descredibilizará a Presidência

 

Jornal i - Lusa
 
O secretário-geral da CGTP-IN afirmou hoje que, se o Presidente da República promulgar o Orçamento, recorrendo em alternativa à fiscalização sucessiva, estará a "descredibilizar" as instituições e a não assumir os seus poderes constitucionais.
 
Arménio Carlos falava à agência Lusa no Largo da Alcântara, no início de uma manifestação da CGTP, que termina junto ao Palácio de Belém, para exigir ao Presidente da República que não promulgue o Orçamento do Estado para 2013.
 
Segundo o semanário Expresso, que cita uma fonte da Casa Civil da Presidência, o Presidente da República, Cavaco Silva, vai promulgar o Orçamento do Estado de 2013 (OE2013) e enviá-lo, de seguida, para o Tribunal Constitucional (TC).
 
O jornal afirma que esta hipótese permite a entrada em vigor do orçamento, remetendo para meados de 2013 uma decisão dos juízes quanto a eventuais dúvidas constitucionais.
 
De acordo com a perspetiva do secretário-geral da CGTP, caso se confirme a intenção do chefe de Estado promulgar o Orçamento, recorrendo em contrapartida à fiscalização sucessiva de algumas das suas normas junto do Tribunal Constitucional, Cavaco Silva "não estará a assumir as suas responsabilidades enquanto mais alto magistrado da nação".
 
"A Constituição consagra poderes ao Presidente da República para atuar em tempo útil relativamente ao Orçamento do Estado. Face a um número de vozes cada vez maior, envolvendo todos os quadrantes políticos, que invocam um conjunto de inconstitucionalidades, o Presidente da República, para salvaguardar a Lei Fundamental, só tem uma coisa a fazer: enviar atempadamente Orçamento para o Tribunal Constitucional", frisou Arménio Carlos.
 
Para o secretário-geral da CGTP-IN, caso o Presidente da República recorra à fiscalização sucessiva, "repete-se o mesmo erro que aconteceu com o Orçamento do Estado para 2012".
 
"Isso seria uma descredibilização das instituições e, particularmente, da Presidência da República. Caso se confirme a promulgação, estaremos perante uma posição que não respeita e não dá sequência à audição do povo, porque a esmagadora maioria do povo diz ao Presidente da República para não promulgar este Orçamento", advogou Arménio Carlos.
 
Manifestação da CGTP chegou ao Palácio de Belém às 16h30
 
Algumas centenas de pessoas chegaram pelas 16:30 ao Palácio de Belém, em Lisboa, numa manifestação da CGTP-IN hoje convocada para protestar contra aquilo que a estrutura sindical considera ser um "programa de agressão".
 
A liderar a manifestação estava o secretário-geral da central, Arménio Carlos, constatou a agência Lusa no local.
 
Palavras de ordem em defesa do emprego e do Estado social iam sendo entoadas pelos manifestantes, que também trazem para a capital cartazes de protesto contra o Governo e de apelo ao Presidente da República para que vete o Orçamento do Estado (OE) para 2013.
 
A manifestação em Lisboa acontece uma semana depois de, no Porto, se terem juntado milhares de pessoas, num protesto promovido pela CGTP onde se pediu ao Presidente da República que cumpra a Constituição e vete o Orçamento do Estado para 2013.
 
Arménio Carlos afirmou, nessa altura, que o Presidente da República, Cavaco Silva, “não tem desculpa para cometer pela segunda vez o mesmo erro” de não vetar o OE
 
“Senhor Presidente, cumpra e faça cumprir a Constituição da República Portuguesa. Tenha coragem e vete este Orçamento do Estado. Para bem dos portugueses e de Portugal”, apelou Arménio Carlos, discursando então perante milhares de pessoas concentradas na Avenida dos Aliados, no Porto.
 

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