quarta-feira, 20 de novembro de 2013

CLIMA DE TENSÃO MARCA ELEIÇÕES DESTA QUARTA-FEIRA EM MOÇAMBIQUE

 

Fátima Mariano – Jornal de Notícias
 
Com a crise político-militar longe de estar resolvida, os moçambicanos elegem, esta quarta-feira, os seus representantes nas 53 autarquias e 11 províncias. Renamo não participa. Só MDM e Frelimo concorrem em todo o país.
 
Os ataques armados que se têm registado no centro e norte do país desde meados de outubro, e que têm sido atribuídos à Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), poderão, "de uma forma ou de outra, afetar a afluência às urnas".
 
"A campanha decorreu sem sobressaltos, mas as pessoas questionam-se se tudo vai correr bem. É difícil dizer o que vai aconteceu no terreno", afirmou, ao JN, Dinis Matsola, do Observatório Eleitoral, organismo da sociedade civil criado para promover a transparência dos processos eleitorais.
 
Durante um mês e meio, cerca de 2050 agentes de educação cívica andaram de porta em porta a mobilizar o eleitorado a ir à urnas. O governo anunciou um reforço de meios policiais neste dia.
 
Damião José, porta-voz da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), acredita que as forças de defesa e segurança "tudo farão para que as eleições decorram num ambiente de tranquilidade e de transparência".
 
A Frelimo e o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) - com quem o JN não conseguiu falar, apesar de várias tentativas - são os únicos a apresentarem candidatos às 11 províncias e 53 autarquias (10 das quais ascenderam à categoria de município apenas este ano).
 
Ao todo, concorrem a estas quartas eleições municipais 19 partidos políticos, coligações e grupos de cidadãos. A Renamo, maior partido da Oposição, está fora da corrida (ler texto ao lado).
 
As 4292 mesas de voto abrem às 7 horas e fecham às 18 horas, excepto se existirem ainda eleitores a querem votar. Os resultados oficiais definitivos deverão ser conhecidos na sexta-feira.
 
Embora não haja "vitórias antecipadas", Damião José acredita que a vitória de Frelimo "está garantida em todos os municípios". "As pessoas acolheram muito bem as nossas propostas", sublinhou o porta-voz.
 
Durante as duas semanas de campanha eleitoral, que terminou no domingo, registaram-se algumas detenções por destruição de material de campanha e acusações de que os candidatos da Frelimo - partido no poder - estariam a utilizar veículos do Estado, o que é proibido por lei, mas todos são unânimes em dizer que "tudo decorreu dentro da normalidade".
 
Dinis Matsola enaltece "as melhorias" introduzidas na gestão de todo o processo eleitoral e só lamenta que a Renamo não participe: "Para nós, as eleições são uma festa. Todos deveriam participar".
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana