quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Angola: MPLA ACUSA UNITA DE TENTAR CRIAR O CAOS

 

 
O Bureau Político do MPLA repudiou ontem, de forma enérgica, o aproveitamento político que está a ser feito pela direcção da UNITA sobre a investigação na Procuradoria-Geral da República a respeito do desaparecimento de dois cidadãos angolanos, Alves Camulingue e Isaías Cassule.
 
Em comunicado, o MPLA condena a crime praticado contra os dois cidadãos e manifesta a sua solidariedade às famílias e o seu apoio às suas iniciativas assumidas com base na lei. O comunicado do Bureau Político do MPLA é do seguinte teor:

“O Bureau Político do MPLA tomou conhecimento do comunicado da Procuradoria-Geral da República sobre o processo crime instaurado pelo desaparecimento dos cidadãos angolanos Alves Camulingue e Isaías Cassule, e, tal como já o haviam feito alguns dirigentes do MPLA, expressa a sua enérgica condenação ao acto vil e grave que terá atentado contra a vida destes cidadãos e manifesta a sua solidariedade às famílias e o seu total apoio às suas iniciativas assumidas com base na lei, contra o acto referido.

Reitera, nesta oportunidade, a sua confiança na actuação dos órgãos e instituições do Estado de Direito Democrático, fundada na Constituição e na Lei.

Lamentavelmente, o Bureau Politico do MPLA tomou igualmente conhecimento, com bastante indignação, do conteúdo de um comunicado da UNITA, datado de 15 de Novembro, no qual utiliza uma linguagem insultuosa e lança várias calúnias contra as instituições de Estado angolano, em particular contra o mais Alto Mandatário da Nação, o Presidente da República José Eduardo dos Santos.

Apesar deste tipo de pronunciamento da UNITA já não causar estranheza, o Bureau Político considera que a UNITA está claramente a fazer de forma irresponsável um mero aproveitamento político de uma ocorrência grave que mereceu da parte de quem de direito um expediente investigativo que já deu lugar ao respectivo processo-crime, sendo absolutamente desproporcional e oportunista a convocação de manifestações de rua, sob pretexto de repúdio contra o desaparecimento destes cidadãos, mas com o único propósito de clamar por uma mudança de regime, fora de qualquer legitimidade democrática, visando criar uma situação de caos e anarquia com violência, subversão e terrorismo, preparando uma antecâmara dum novo conflito.

O MPLA constata que infelizmente a amnésia tomou conta dos desesperados de Muangai que se esqueceram que mesmo em condições de guerra nunca as autoridades deste País recorreram à violência gratuita e perseguições políticas, ao contrário dos métodos e do poder arbitrário que a UNITA aplicou a seu tempo na Jamba, e não seria agora, quando o MPLA e o seu Presidente venceram as eleições e têm uma maioria confortável para governar, que se iria recorrer a tais práticas.

O Bureau Político de MPLA tem a obrigação de recordar ao Povo Angolano e particularmente a todos quantos têm responsabilidades políticas neste País, que em 2002, quando a guerra estava a terminar, a UNITA tinha perdido o controlo das suas forças militares e dos seus militantes. Perdidos nas matas foram aparecendo nas zonas controladas pelo Governo muitos dirigentes e oficiais desnutridos e alguns quase inanimados. O Presidente da República, o MPLA e o Governo não os abandonou à sua sorte e à morte, e por orientação expressa do Chefe de Estado, foi-lhes prestada assistência, o que salvou as suas vidas, estando hoje muitos deles a realizar a oposição democrática e a redigir estes comunicados inflamados e irresponsáveis.

O Bureau Político do MPLA adverte seriamente a UNITA para que não tente, uma vez mais, alcançar por caminhos ilegais, aquilo que nunca conseguiu obter por via eleitoral, lançando para uma aventura irresponsável e de consequências imprevisíveis os seus militantes e apoiantes, alguns não devidamente esclarecidos.

O processo de Cassule e Camulingue foi desencadeado judicialmente por recomendação do Titular do Poder Executivo aos órgãos competentes e segue os seus trâmites jurídicos em sede da Procuradoria-Geral da República e todos os elementos com responsabilidades nestes presumíveis crimes serão punidos de acordo com a Lei em vigor.

Na verdade, o Bureau Político considera que a UNITA, frustrada por estar a perder militantes e simpatizantes diariamente em todas as províncias em favor do MPLA, e alentada pelo surto de terrorismo dos seus parceiros moçambicanos da Renamo, que violaram os acordos de paz e estão a lançar a desestabilização e a destruição de novo em solo irmão de Moçambique, espreita também a oportunidade de lançar o caos e a desordem no nosso País, circunstância que jamais será tolerada e merecerá a resposta adequada e a responsabilização plena dos seus instigadores, que não se escudem depois em presumíveis perseguições políticas quando a justiça os chamar a razão.

O que pretende a UNITA quando convoca manifestações de rua, sob o pretexto de “repúdio” contra as mortes de Cassule e Camulingue e quando clama por “mudança” fora do acto eleitoral, senão criar o caos e a anarquia e tentar levar o País para uma situação de refém dos seus caprichos, bloquear as instituições e causar o retrocesso no desenvolvimento do País? O povo já demonstrou nas urnas não estar interessado nesse caminho de instabilidade instigado pela UNITA.

O MPLA reprova veementemente todas as pressões políticas e interferências em assuntos que se encontram sob a esfera dos órgãos Judiciais, a fim de que os mesmos possam desenvolver o seu trabalho com independência e liberdade de acção e para que se faça justiça.

O Bureau Político do MPLA apela, pois, ao bom senso e a serenidade de todos os angolanos, e exorta os seus militantes, simpatizantes e amigos a manterem-se vigilantes, neutralizando e denunciando todas as manobras que visem reinstalar o caos e a desordem no País.”

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