Pragmatismo Político
Frei Betto comenta
o papel dos brancos na discriminação histórica sofrida pela população negra
O escritor Frei
Betto disse que o Dia da Consciência Negra, comemorado na quarta-feira (20),
deveria servir também para que o país enfrente a “inconsciência branca” que,
segundo ele, foi construída historicamente no Brasil, desde a colonização
europeia na África e do tráfico de escravos para o país.
“A data de 20 de
novembro deveria ser comemorada nas escolas com a exibição de estatísticas
sobre o papel dos negros na sociedade brasileira. Assim saberiam como são
excluídos de nossa sociedade. Essa inconsciência branca precisa ser combatida”,
disse.
Segundo ele, também
foi a falta de conhecimento e de senso crítico que fez surgir o critério de
separação por raças, no século 19. “De tal arrogância se nutria a inconsciência
branca que se elevou à categoria de pretensa ciência, ao classificar de raça a
mera diferença de coloração epidérmica. Não existe raça, essa palavra é
equivocada, existe apenas diferença de coloração na pele.”
Atualmente, o
preconceito aparece ainda de diversas e veladas maneiras, mas tem suas raízes
profundas, diz. O Brasil abrigou mais de 300 anos de escravidão. “Ainda que as
leis punam discriminação, sabem os negros que aqui eles são duplamente
criminalizados. Por serem negros e pobres. Ao escravo liberto se negou, no
século 19, o acesso a terra, que ele bem sabia cultivar.”
A mesma
inconsciência branca, afirma ele, é aquela que protesta contra a entrada de
negros por cotas nas universidades, que encara com suspeita o negro encontrado
em espaços ocupados predominantemente ocupado por brancos, e “que induz a
polícia a exibir suas garras ferozes ao revistar jovens negros”.
Leia mais em
Pragmatismo político
Sem comentários:
Enviar um comentário