terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cabo Verde: FAO apoia com 300 mil euros programa de erradicação de peste suína




JSD - LUSA

Cidade da Praia, 16 ago (Lusa) -- A representação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Cabo Verde disponibilizou 300 mil euros para um projeto de Assistência Urgente para o Controle de Epizootia da Peste Suína Africana no arquipélago.

Fonte da FAO disse hoje à Agência Lusa que o projeto terá a duração de 12 meses e que incidirá sobretudo na ilha do Fogo, onde a epidemia foi confirmada em maio deste ano e que, segundo estimativas da Direção Geral da Agricultura, Silvicultura e Pecuária cabo-verdiana, já vitimou mais de 2.500 porcos.

O projeto, acrescentou a fonte, surgiu na sequência de uma solicitação do Governo de Cabo Verde, através do Ministério do Desenvolvimento Rural, para fazer face à Peste Suína Africana na Ilha do Fogo, controlar a doença e criar condições para a combater no futuro.

A fonte adiantou ainda que o objetivo geral é contribuir para a salvaguarda da segurança alimentar em Cabo Verde, tendo como pano de fundo a erradicação da epidemia em Cabo Verde.

Em junho último, Afonso Semedo, coordenador da DGASP, admitiu que, além do Fogo, de onde foi proibida a saída de suínos e derivados, há casos de mortes de porcos nas ilhas de Santiago e do Maio, embora não tenha sido possível confirmar se se trata da mesma doença.

Questionado pela Agência Lusa sobre as razões para não se abaterem os animais, tal como recomenda a FAO, Afonso Semedo explicou que, por um lado, não há legislação para isso e, por outro, não existem verbas para pagar indemnizações.

"Nos países ricos, é isso que se faz. E depois procede-se ao repovoamento. Mas em Cabo Verde não há condições. Não há legislação, nem dinheiro para pagar as indemnizações aos proprietários dos animais, nem hipóteses de criar condições para um repovoamento", sublinhou, garantindo que a doença não é transmissível para o homem.

As primeiras mortes dos suínos ocorreram em fevereiro deste ano, mas só a 17 de maio, após análises iniciais, foi confirmado o surto de peste suína africana, com o governo a decretar, através de uma portaria, datada de 30 de maio, o embargo à carne de porco e respetivos derivados a partir da "ilha do vulcão".

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