Alunos da
Guiné-Bissau já perderam um terço das aulas, alertam parceiros
21 de Março de
2013, 13:52
Bissau, 21 mar
(Lusa) - Os alunos do ensino público da Guiné-Bissau já perderam um terço do
ano escolar devido às greves dos professores e é "de crucial importância
evitar mais interrupções", alertaram hoje os parceiros da Educação no
país.
Em comunicado, o
grupo, constituído pelas Nações Unidas, agências de desenvolvimento, doadores e
organizações não-governamentais, lembra que restam apenas 80 dias de aulas,
pelo que é necessário "um esforço especial para que as crianças possam
adquirir o nível de aprendizagem mínimo para transitarem de ano".
Os parceiros da
Educação apelam "a todos os professores e alunos para o seu regresso à
escola e às aulas, de forma a permitir a recuperação e a aquisição dos
conteúdos de ensino no escasso tempo letivo ainda disponível".
Dez dias depois do
fim de uma greve de professores que durou quase um mês há escolas do ensino
público que ainda não estão a funcionar em pleno porque professores, nuns
casos, e alunos, noutros, ainda não apareceram, segundo relatos da comunicação
social da Guiné-Bissau.
Os parceiros
congratulam-se com o fim da greve e o "bom senso" de sindicatos e
Governo e reconhecem a contribuição das associações de pais para a solução do
problema, acrescentando que o papel das associações de pais e de estudantes
"continuará a ser importante na mobilização para o regresso às
aulas".
Os professores das
escolas públicas terminaram no dia 10 uma greve de três semanas, depois de já
terem cumprido mais de mês e meio de greve no início do ano letivo.
As aulas do
presente ano letivo deveriam ter começado a 17 de setembro, mas os sindicatos
dos professores marcaram uma greve para começar nesse dia e terminar a 07 de
dezembro. A 06 de novembro foi levantada essa greve, mediante acordo com o
Governo.
Na origem das duas
greves estão acusações dos sindicatos de que o governo não cumpre as promessas,
nomeadamente sobre pagamentos de salários e subsídios em atraso.
FP // VM
Crises na
Guiné-Bissau e no Mali estão a ter evoluções positivas - Comissão da CEDEAO
21 de Março de
2013, 13:57
Cidade da Praia, 21
mar (Lusa) - As crises político-militares na Guiné-Bissau e no Mali estão a ter
evoluções "positivas", disse hoje na Cidade da Praia o presidente da
Comissão da CEDEAO, manifestando esperança de que ambas estejam ultrapassadas
até ao fim deste ano.
Kadré Désiré
Ouedraogo, que se encontra na capital de Cabo Verde a participar em duas
iniciativas ligadas à integração regional na África Ocidental e às negociações
para os Acordos de Parceria Económica (APE) com a União Europeia (EU), falava
aos jornalistas após um encontro com o primeiro-ministro cabo-verdiano, José
Maria Neves.
Segundo o
presidente da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO), se a situação no Mali está a estabilizar-se, com a previsão de novas
eleições gerais até julho próximo, na Guiné-Bissau o processo está mais
atrasado, mas deverá estar concluído com idênticas votações até 31 de dezembro.
"Esperamos que
seja aprovado, em breve, um Roteiro de Paz inclusivo e transparente, para que
as eleições livres, tal como ficou definido na última conferência de chefes de
Estado e de Governo da CEDEAO, decorram antes de 31 de dezembro",
sublinhou Ouedraogo.
A elaboração do
roteiro, prosseguiu, está a contar com cinco organizações internacionais que
acompanham a situação no país - Nações Unidas, União Africana (UA), União
Europeia (UE), Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e CEDEAO.
"Vamos enviar
uma missão técnica, a segunda, para examinar o futuro roteiro para que se possa
apoiar o país na organização de eleições consensuais e aceitáveis por
todos", referiu Ouedraogo, lembrando que a CEDEAO está já a aplicar o
memorando assinado com a Guiné-Bissau para a reforma do Setor da Defesa e
Segurança.
"O processo já
começou e estamos a acompanhar a Guiné-Bissau na implementação da reforma e a
garantir a transição no país. A situação está cada vez mais favorável",
referiu, aludindo sempre à crise político-militar desencadeada com o golpe de
Estado de abril de 2012.
Na sequência do
golpe, a CEDEAO tem na Guiné-Bissau um contingente militar de 779 elementos.
No Mali, Ouedraogo
salientou que, graças à intervenção do exército francês, apoiado por uma missão
africana liderada pelo Chade, a integridade territorial "está prestes a
ser totalmente restabelecida.
"Há ainda
alguma violência residual, que estamos a combater, e penso que os desafios para
o futuro passam pela securização de toda a zona libertada, mas também pela
transformação da missão de paz regional numa outra, de manutenção de paz,
liderada pelas Nações Unidas, na perspetiva de uma retirada francesa",
realçou.
Ouedraogo
acrescentou que os chefes dos Estados-Maiores da atual missão africana e
francesa estão a definir o projeto de mandato que deverá ser confiado à futura
força para fazer face à situação no terreno, sobretudo aos grupos terroristas,
pelo que se torna necessário manter uma "força ofensiva" para
defender desses eventuais ataques.
"Há já um
Roteiro de Paz definido e aprovado pela Assembleia Nacional do Mali e que
deverá conduzir à organização de eleições até julho deste ano", concluiu.
JSD // MLL
Presidente de
transição da Guiné-Bissau leva "consenso" em visita relâmpago à
Nigéria
20 de Março de
2013, 17:26
Bissau, 20 mar
(Lusa) - O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, partiu
hoje para a Nigéria para "consultas" com o seu homólogo, Goodluck
Jonathan, afirmando ainda em Bissau que "há consenso" quanto à agenda
do período de transição.
Falando aos
jornalistas ainda no aeroporto de Bissau, Serifo Nhamadjo explicou que a
"visita relâmpago" à Nigéria se deve ao facto de Goodluck Jonathan
presidir ao grupo de contacto da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) para a Guiné-Bissau.
"Neste momento
estamos a tratar da agenda política, é preciso consertar para não estarmos a
fazer a duas velocidades", disse, acrescentando que "há coisas para
acertar" com o Presidente da Nigéria antes da visita que Goodluck Jonathan
fará a Bissau, no dia 05 do próximo mês.
Quanto ao governo
de inclusão e agenda para o período de transição que levará às eleições gerais,
Serifo Nhamadjo disse que "felizmente já há a colaboração de todas as
forças vivas", estando agora a ser debatido se o período de transição será
apenas para preparar as eleições ou se para outras reformas.
"Há um
consenso geral de que devemos fazer tudo. Depois desse acordo seguimos logo
para a reformulação do governo", disse Serifo Nhamadjo.
O Presidente, que
já ameaçou demitir-se caso não haja consensos por parte dos principais
"atores" do período de transição, disse que "havia um certo
extremismo" mas que a situação está ultrapassada.
FP // APN.
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