quinta-feira, 21 de março de 2013

Moçambique: GOVERNO NÃO PRESSIONA FAMÍLIA, POLÍCIA DETÊM MILITANTES DO MDM




Governo moçambicano desmente pressões sobre família de taxista assassinado na África do Sul

21 de Março de 2013, 07:17

Maputo, 21 mar (Lusa) - O Governo de Moçambique desmentiu, na quarta-feira, estar a pressionar a família de Mido Macia, o taxista alegadamente assassinado por polícias na África do Sul, contrariando acusações dos advogados que representam os parentes da vítima.

Na terça-feira, os advogados denunciaram que "representantes do Governo de Moçambique têm vindo a pressionar sobre a família, de modo a revogar o mandato conferido aos procuradores Jurgens Bekker e Andrew Boerner e prosseguir uma ação cível contra o Ministro da Polícia".

Numa primeira reação, na quarta-feira, à margem da reunião sobre o Diálogo SADC-União Europeia, em Maputo, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique considerou como "absolutamente falso" o teor da acusação dos advogados.

Um "governo sério, como o nosso, começa por denunciar o crime, apoiar a família colocando um advogado à disposição. Com base nesse apoio, os criminosos são submetidos ao julgamento. Eles tentam aguardar o julgamento em liberdade e o nosso advogado consegue junto da Procuradoria da África do Sul que isso não aconteça", afirmou Oldemiro Balói.

"O Governo, à luz da Convenção de Viena, tem a obrigação de prestar a assistência consular aos seus cidadãos no exterior. É isso o que tem estado a fazer, de uma forma coerente, de uma forma consistente e de uma forma determinada", prosseguiu.

"Pelo que é absolutamente falso que o Governo moçambicano e o Governo sul-africano estejam a fazer palminha para tentar aligeirar esse caso", acrescentou Balói, citado pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

LAS // HB

Movimento Democrático de Moçambique acusa polícia de detencões arbitrárias e intimidação

21 de Março de 2013, 14:10

Chimoio, 21 mar (Lusa) - Um dirigente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força política no país, acusou hoje a polícia de Manica, centro do país, de efetuar "detenções arbitrárias e intimidação" dos membros do partido.

"É preocupante a situação das detenções arbitrárias que estão a sofrer os membros do MDM e a celeridade da justiça para julgar e condená-los em tempo recorde. No caso de Catandica só foi preciso três dias, contra meses para resolução das nossas queixas", disse à agência Lusa Manuel de Sousa, delegado político provincial do partido em Manica.

Em Catandica, disse, um membro do MDM foi detido pela polícia na semana passada em virtude de ter hasteado uma bandeira do partido na sede da organização. O jovem foi condenado em multa pelo tribunal distrital e, depois, posto em liberdade.

Outro membro do partido foi preso em Matsinhe, distrito de Gondola, por ter manifestado simpatia com o MDM e colocado uma bandeira na sua residência, onde funciona a representação local do partido. O homem foi solto na quinta-feira, após reação do partido.

"Há muita prisão arbitrária dos nossos membros. Foi preciso movimentar quadros nacionais do partido e advogados para intervir e conseguir a soltura deles", precisou Manuel de Sousa, lamentando o "teatro político", que, disse, pode "minar a democracia".

Ainda segundo a fonte, o MDM continua a reivindicar a vandalização de 55 bandeiras em Manica, na sequência de uma campanha de retirada de símbolos de partidos desencadeada pela polícia municipal, que afetou apenas este partido.

Em maio de 2012, o MDM remeteu à Procuradoria de Manica uma queixa contra membros do Governo que ordenaram a destruição dos seus símbolos. O caso ainda não tem desfecho, apesar de repetidos "apelos" da organização sobre a "justiça".

O MDM indica que nos distritos de Gôndola, Sussundenga, Barue e Guro várias bandeiras foram saqueadas, sedes vandalizadas e seus membros espancados publicamente por içarem bandeiras nas residências, embora tenham pedido autorização às autoridades.

O partido denunciou que entre os agressores estarão chefes de polícia e administradores distritais.
Contudo, a polícia nega as acusações do MDM, alegando estar a cumprir zelosamente a sua missão de manter a ordem e tranquilidade pública, e denuncia o "protagonismo político" por parte daquele partido parlamentar.

"Não é verdade que a polícia esteja a perseguir e a intimidar membros de partidos políticos em Manica", afirmou Bermiro Mutadiua, porta-voz da polícia em Manica.

AYAC // MLL

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