Governo de
transição Guiné-Bissau e empresa angolana discutem exploração de bauxite em
abril
21 de Março de
2013, 14:13
Bissau, 21 mar
(Lusa) - O Governo de transição da Guiné-Bissau aguarda a ida a Bissau de uma
delegação da empresa angolana Bauxite Angola, em abril, para renegociar as
quotas da exploração do minério, disse hoje o ministro dos Recursos Naturais
guineense.
Daniel Gomes
afirmou que as autoridades de transição já comunicaram à empresa Bauxite Angola
(que tem a concessão de exploração das jazidas de bauxite no leste da
Guiné-Bissau) de que tem de ir a Bissau para a renegociação das quotas, que o
Estado guineense considera insatisfatórias.
O Governo de
transição não concorda que a Guiné-Bissau tenha apenas 10 por cento de quota da
exploração, enquanto a parte angolana fica com os restantes 90 por cento.
O Governo guineense
quer uma reformulação das quotas, passando a Guiné-Bissau a ter 85 por cento,
ao invés dos atuais 10 por cento, e a Bauxite Angola 15 por cento.
"Devem cá vir
para falarmos de forma aberta. Como sabem, a Bauxite Angola está na
Guiné-Bissau há seis anos, mas até hoje não seu viu nada do que fizeram. Angola
é um país irmão, passámos muitas coisas juntos, temos a história comum, falamos
a mesma língua, fizemos lado a lado a luta armada pela independência dos nossos
países, mas hoje somos países independentes e cada qual cuida da sua
casa", declarou Daniel Gomes.
O ministro disse
que os responsáveis da empresa devem estar em Bissau "talvez na primeira
quinzena de abril".
"Nós
defendemos os bons valores para a República, os interesses do Estado da
Guiné-Bissau. Se os angolanos entenderem que vamos discutir sem colocar os
interesses da Guiné-Bissau em causa, então teremos uma boa negociação",
frisou.
Numa entrevista
recente, o ministro dos Recursos Naturais guineense acusou a Bauxite Angola
(empresa de capitais públicos angolanos) de, volvidos seis anos desde a
concessão de licença de exploração, não ter apresentado estudos de impacto
ambiental e de viabilidade económica do projeto, bem como nunca ter delimitado
a zona de exploração, ressalvando que os "jazigos estão numa zona
fronteiriça com a Guiné-Conacri".
MB // VM
Angola continua
interessada na exploração de bauxite na Guiné-Bissau - ministro
21 de Março de
2013, 16:58
Luanda, 21 mar
(Lusa) - O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicoti, disse
hoje em Luanda que Angola continua interessada na exploração de bauxite na
Guiné-Bissau, mas para isso é preciso que haja "um ambiente de paz".
Georges Chicoti
reagia a recentes acusações do governo guineense de Angola, que devia explorar
bauxite (minério a partir do qual é produzido o alumínio) no leste da
Guiné-Bissau, nada ter feito desde que assinou o contrato de exploração, há
sete anos.
As acusações feitas
pelo ministro dos Recursos Naturais do Governo de transição da Guiné-Bissau,
Daniel Gomes, numa entrevista recente dão conta ainda que a empresa Bauxite
Angola não apresentou estudos de impacto ambiental e de viabilidade económica
conforme previsto no contrato.
Georges Chicoti
disse hoje que as autoridades angolanas não foram ainda contactadas nem pelo Governo
guineense nem pela empresa Bauxite Angola.
"Acho que é um
problema que tem que implicar conversações entre a empresa e o Governo da Guiné-Bissau",
referiu o governante angolano, salientando que a situação atual daquele país
lusófono "não facilita o engajamento das empresas, não só angolanas, mas
de outras empresas".
Questionado sobre
se Angola continua interessada a realizar investimentos naquele país, Georges
Chicoti disse que sim, "desde que haja um ambiente que permita trabalhar
na Guiné-Bissau ou noutros sítios".
A administração da
Bauxite Angola, empresa de capitais públicos angolanos, é ainda acusada de
ainda não ter respondido às solicitações que o ministro dos Recursos Naturais
guineense fez, em agosto de 2012, para que apresentasse "o rasto" de
13 milhões de dólares (9,9 milhões de euros) que deveriam ser pagos no momento
da assinatura do contrato com o Estado guineense.
O Ministério
Público guineense considerou que o contrato assinado entre o Governo de Bissau
e a empresa Bauxite Angola, em 2007, não está conforme as leis do país e que
pode ser rescindido.
NME (MB) // JMR
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