sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Guiné-Bissau: Oposição volta a exigir demissão de PM Carlos Gomes Júnior nas ruas de Bissau




SK - LUSA

Lisboa, 05 ago (Lusa) -- A oposição da Guiné-Bissau volta hoje a sair às ruas da capital guineense, pela terceira vez, para exigir a demissão do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, que acusa de estar por detrás dos assassinatos políticos ocorridos em 2009.

Os partidos da oposição guineense, agrupados no chamado "coletivo democrático", liderado pelo antigo Presidente guineense Kumba Ialá, convocou para hoje em Bissau uma marcha pacífica para exigir a demissão de Carlos Gomes Júnior e que este responda perante a justiça pela morte de dirigentes do país, alegadamente assassinados em 2009.

"Ou Carlos Gomes Júnior ou o povo guineense" é a reivindicação que o coletivo da oposição -- formado por 17 partidos, na sua maioria sem representação parlamentar --, prometeu levar hoje até à residência do chefe de Estado da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, que acusam de estar a proteger o primeiro-ministro guineense.

Em várias ocasiões, Carlos Gomes Júnior garantiu que não se demitiria, tendo pedido ao Procurador-Geral da República a abertura de um inquérito sobre as acusações de que tem sido alvo pela oposição, que já realizou duas manifestações.

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau anunciou esta quinta-feira que iria apresentar uma moção de confiança ao Parlamento para desafiar a oposição. Na ocasião, Carlos Gomes Júnior voltou a garantir que não se demitiria das suas funções por ter "o mandato popular do povo", mas também assegurou não temer eleições legislativas para "clarificar as coisas de uma vez por todas".

"Também desafio os partidos da oposição para que provem a minha eventual culpa no foro próprio e não nas ruas", afirmou o chefe do executivo guineense.

Desconhece-se a posição do chefe de Estado guineense, que tem vindo a desenvolver uma série de contactos com partidos com assento parlamentar, outros órgãos de soberania, sociedade civil e corpo diplomático, para tentar encontrar uma saída para a crise política.

*Foto em Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana