segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Angola: Nova marginal da Baía de Luanda quer ser cartão de visita do país

 

EL – Lusa, com foto
 
Luanda, 08 set (Lusa) - Oito anos depois de o projeto ter sido aprovado em Conselho de Ministros e 30 meses após o início das obras, a nova marginal da Baía de Luanda apresenta-se hoje metamorfoseada no cartão de visita de Angola.
 
"Foi um grande desafio requalificar uma marginal, que tem mais de 500 anos, e uma baía históricas. Foi um projeto que teve bastantes entraves e alguma relutância por parte das pessoas que resistem à mudança", explicou em entrevista à Lusa Miguel Carneiro, administrador executivo da Sociedade Baía de Luanda (SBL), gestora do empreendimento.
 
Detida maioritariamente pela petrolífera angolana Sonangol, e tendo como principais acionistas os bancos Privado Atlântico e Comercial Português e a FiniCapital, a SBL promete transformar ainda mais a agora chamada Avenida 4 de Fevereiro, conhecida popularmente como Marginal e que no tempo colonial recebeu o nome Paulo Dias de Novais, em honra do fundador da cidade, em 1576.
 
A inauguração coincidiu com a passagem do 70.º aniversário do Presidente angolano José Eduardo dos Santos, em 28 de agosto.
 
"A próxima fase, já iniciada, é a transformação da antiga avenida marginal em locais de estacionamento. Temos atualmente 1.175 lugares de estacionamento e o total é de 2.900. Em termos de promoção e desenvolvimento imobiliário, uma das componentes do projeto, temos parcelas de terreno que foram cedidas à SBL sob o regime de direito de superfície pelo Governo Provincial de Luanda, e sobre essas parcelas iremos então edificar prédios", adiantou Miguel Carneiro.
 
A infraestruturação começa este mês e vai até março de 2013. O objetivo é assegurar a criação de redes de esgotos e de abastecimento de água e eletricidade, para permitir aos promotores imobiliários desenvolverem projetos de edificação.
 
O desenvolvimento imobiliário será feito através da conquista de novos espaços no interior da baía e constitui contrapartida do investimento de cerca de 300 milhões de euros, assumido na íntegra pela banca privada angolana.
 
Nestes novos espaços urbanos, com vista para o Oceano Atlântico e para a Baía de Luanda, a SBL vai construir em mais de 90 lotes de terreno, com diferentes dimensões.
 
Os trabalhos de requalificação da nova marginal da capital angolana passaram pela construção de uma ponte que faz a ligação com a ilha do Cabo e assegura a passagem para a Praia do Bispo, a dragagem, com descontaminação das águas poluídas, a criação de espaços verdes e a montagem de um novo sistema de esgotos, que antes desaguavam para a baía.
 
Parques infantis, espaços desportivos e para eventos culturais, uma ciclovia de 3,1 quilómetros e 147 mil metros quadrados de espaços pedonais são os atrativos que estão a levar cinco mil pessoas por dia em média à zona.
 
"Inicialmente foi recebido com bastante relutância. Contudo, à medida que foi avançando, a sociedade civil angolana e os luandenses abraçaram o projeto. Temos tipo uma media diária, sobretudo no final da tarde e principio da noite de cinco mil pessoas. No fim de semana já tivemos um pico de 15 mil pessoas", destacou Miguel Carneiro.
 
"É um espaço que traz uma energia e um oxigénio novo à cidade de Luanda. Temos uma costa em Angola muito longa, mais de mil quilómetros de costa marítima, e precisávamos de complementá-lo com espaços que fossem ao ar livre, mas não fossem forçosamente espaço de praia", acrescentou.
 
Miguel Carneiro considera que a nova marginal é "claramente um cartão postal de Luanda e de Angola".
 
"É claramente uma demonstração das oportunidades de investimento em Angola e sobretudo da força que o governo tem estado a dar ao investimento privado, seja nacional seja estrangeiro. É uma oportunidade clara para, neste caso, os empresários portugueses também poderem investir em Angola", concluiu.
 

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