segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Moçambique: "GUERRA" DA ALFABETIZAÇÃO, TRIBUNAL DEIXA "CORRER O MARFIM"

 


Governo alfabetiza um milhão de adultos/ano para reduzir taxa para 30% até 2015
 
10 de Setembro de 2012, 12:29
 
Maputo, 10 Set (Lusa) - O Ministério da Educação de Moçambique (MINED) disse hoje estar a alfabetizar cerca de um milhão de pessoas adultas por ano para reduzir a taxa de analfabetismo dos atuais 48,1 por cento para 30 por cento, até 2015.
 
A Estratégia governamental de Alfabetização e Educação de Adultos (2010-2015) prevê uma descida em 18 pontos percentuais da taxa de adultos que não sabem ler nem escrever, indica uma nota do MINED, divulgada por ocasião do Dia Internacional de Alfabetização.
 
A efeméride comemorou-se a 08 de setembro sob o lema "Alfabetização pela Paz, ontem e hoje com o olhar no futuro", em alusão à passagem dos 20 anos da assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992.
 
Para materializar o plano de instrução primária de adultos, o setor da Educação de Moçambique definiu um projeto de contratação de docentes e de aquisição de material escolar para diversos níveis de ensino, nomeadamente a compra de livros escolares bilingue para o segundo e terceiro ciclos.
 
No presente ano académico, ingressaram cerca de dois milhões de estudantes nos vários subsistemas de ensino, tendo, para o efeito, sido contratados oito mil novos docentes para o ensino primário e construídas 932 escolas do ensino geral e três técnico-profissionais.
 
No próximo ano, o Ministério da Educação de Moçambique prevê contratar 19.300 professores para formarem perto de 600 mil pessoas, particularmente mulheres adultas, segundo indica o Plano Económico e Social (PES) deste ano.
 
No documento, as autoridades de Educação moçambicanas reconhecem os desafios do país na cobertura do acesso a uma educação básica de qualidade a crianças de sete anos, um dos Desafios do Milénio traçados pela ONU, pelo que o Governo definiu um conjunto de ações visando alcançar as metas estabelecidas.
 
"Neste âmbito", o executivo moçambicano "propõe-se para 2012 que 4,6 milhões alunos frequentem as escolas públicas do ensino primário do primeiro grau em todo o país, o que corresponderá a um acréscimo de 207 mil alunos (4,7 por cento) em relação ao valor observado em 2011", indica o PES.
 
No corrente ano letivo foram distribuídos gratuitamente 5,5 milhões de livros escolares do ensino bilingue para o segundo e terceiro ciclos e serão introduzidos programas de alimentação escolar em 12 distritos, quatro para cada região do país: sul, centro e norte.
 
MMT.
 
Nomadismo e pastorícia continuam a prejudicar alfabetização de adultos
 
10 de Setembro de 2012, 15:22
 
Chimoio, Moçambique, 10 set (Lusa) - Nomadismo e pastorícia continuam a impedir a população de participar nas aulas de alfabetização em Manica, uma província do centro de Moçambique com uma taxa de 43 por cento de analfabetismo entre adultos.
 
Em declarações à Lusa, a educadora Arminda Sairone, disse que a prática de agricultura em terras distantes e a procura de água têm contribuído grandemente para a desistência de alunos em programas de educação, comprometendo a queda da taxa de analfabetismo.
 
"Continuamos a assistir à desistência de alunos para se dedicarem à pastagem de gado ou que se deslocam com as famílias para outras zonas para produção agrícola", disse Arminda Sairone, que lembra um aumento destes casos nos últimos anos.
 
Nos distritos de norte de Manica, onde a prática é comum, a taxa de analfabetismo é bastante elevada, entre 67 e 55,4 por cento. Das 723.897 pessoas com idade maior ou igual a 15 anos na província, 43 por cento não sabem ler e escrever, dos quais mais de metade são mulheres.
 
Este ano, 35.837 alunos, do total de 311.775 analfabetos, ingressaram no ensino no primeiro semestre, número que poderá duplicar com a segunda fase. Contudo, estes números ainda colocam numa miragem o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), cuja meta é reduzir até 30 por cento a taxa de analfabetismo em 2015.
 
Falando em Guro, o vice-ministro da Educação, Augusto Jone, disse que o Governo tem-se comprometido com a erradicação do analfabetismo, para combater a pobreza, ajudando sobretudo a mulher a interpretar melhor as receitas médicas para administração de medicamentos aos filhos.
 
"Em 1975 (ano da independência), em cada 100 moçambicanos apenas sete sabiam ler e escrever. Hoje 55,2 por cento dos moçambicanos sabem ler, por isso é preciso acreditar na alfabetização", disse Augusto Jone, admitindo a necessidade de esforços adicionais para reverter a atual situação.
 
Entretanto, Estêvão Rupela, diretor provincial da Educação e Cultura de Manica, disse que várias iniciativas de habilidade para a vida foram introduzidas em programas de alfabetização e educação de adultos, para atrair candidatos.
 
Entre os cursos de curta duração constam a medicina verde, horta orgânica, construção, cestaria, olaria, poupança e gestão de pequenos negócios, que atraem os candidatos, facilitando que acedam a fundos de desenvolvimento.
 
Em Guro, onde decorreu a cerimónia do nível provincial, vários centros de escuta do programa alfa-radio, educação via rádio, alfabetização regular, alfaiate, programas família sem analfabetismo e de educação não formal funcionam para alfabetizar a população.
 
Ao todo, em 2012, 544 centros de alfabetização foram abertos em Manica, no ano em que o lema da celebração "Alfabetização pela paz ontem e hoje, com olhar para futuro", sugere a profundidade dos programas em áreas remotas devastadas pela guerra, nos 20 anos da assinatura dos Acordos Geral de Paz (AGP).
 
AYAC.
 
Tribunal liberta funcionários suspeitos de desvio de marfim
 
10 de Setembro de 2012, 16:14
 
Chimoio, Moçambique, 10 set (Lusa) - O Tribunal Judicial de Guro, em Manica, centro de Moçambique, libertou funcionários públicos indiciados no desvio de marfim, que havia sido confiscado a caçadores furtivos, disse hoje à Lusa fonte oficial.
 
Os dois funcionários, o diretor e o seu adjunto do Serviço Distrital de Atividades Económicas (SDAE) de Guro, foram detidos no início de agosto, supostamente por terem desviado o marfim dos armazéns da instituição para sua colocação no mercado negro.
 
"O juiz concedeu liberdade condicional aos dois funcionários enquanto aguardam a sentença. Até então não foram encontradas as pontas de marfim que desapareceram misteriosamente dos armazéns do SDAE", disse à Lusa Rodrigues Mafione, porta-voz do governo distrital de Guro, assegurando que o executivo "acompanha atento o caso".
 
A sentença dos dois funcionários poderá ser conhecida na próxima semana.
 
Os troféus resultaram do abate clandestino de elefantes no posto administrativo de Bunga, norte de Guro, e seriam vendidos a um grupo de cidadãos estrangeiros, que depois exportariam para alimentar o mercado negro no continente asiático.
 
AYAC.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG

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