DCIAP considera
“absurdo” uma investigação sobre juízes suspeitos de venderem sentenças
Depois de notícia
onde juízes eram pagos por “mudarem” sentenças, DCIAP da PJ reagiu e tenta
descredibilizar notícia, instaurando um processo ao jornal. O jornal tenciona
continuar a sua investigação.
No dia 1 de
Novembro o Semanário O Crime publicou uma notícia que na capa dizia “Juízes
suspeitos de vender sentenças”. Nessa altura o jornal tentou obter durante duas
semanas respostas aos seus pedidos para apurar a verdade, respostas essas que
nunca chegaram.
O jornal afirmava
que “O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) tem metido
numa gaveta um processo em que estavam a ser investigados vários
juízes-desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa por alegada corrupção”.
Dizia ainda que “O “Crime” apurou que as investigações foram conduzidas pela
própria Cândida Almeida, em articulação com a Polícia Judiciária. Tudo no
máximo sigilo”.
Já depois da
publicação desta notícia, a 15 de Novembro, foi publicado um direito de
resposta nesse mesmo jornal pela própria directora do DCIAP, Cândida Almeida,
onde dizia que “O conteúdo da notícia é de tal modo absurdo e fantasioso que se
torna impossível sublinhar as passagens mais acintosas da reputação e boa fama
do departamento que dirijo”.
Em sua defesa, O
Crime indica na mesma edição de 5 de Novembro que “O nosso jornal tentou fazer
o contraditório ao longo de mais de duas semanas em relação à notícia em apreço. Sem qualquer
resposta que desmentisse a informação dada pelas nossas fontes (…)”
Nessa mesma altura,
o Tugaleaks interessou-se de imediato por esta notícia, tendo em consideração
que o fundador do Tugaleaks já teve opurtunidade de “lidar” com esse
departamento e que ocorreram algumas ilegalidades como a recusa de advogado e
outras constantes neste relato,
e que a “fama” do DCIAP não é, por nós entendida, como boa. Antes pelo
contrário.
O jornalista Carlos
Tomás que conduziu a investigação é também o jornalista que tem denunciado as
situações no processo Casa Pia e que trabalhou no já extinto jornal 24 horas.
Embora seja uma
questão de opinião, à qual cada cidadão tem esse direito e dever de a ter,
torna-se questionável porque é que o DCIAP não respondeu a um pedido de
contraditório de uma notícia durante duas semanas e que depois da notícia ter
saído a veio desmentir.
O DCIAP instaurou assim um processo ao responsável do jornal O Crime.
Será que há juízes
a enriquecer ilicitamente? O jornal anunciou que vai continuar a sua
investigação.
*Título PG
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