sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Portugal: PROCESSO DE JUÍZES SUSPEITOS DE VENDEREM SENTENÇAS NA GAVETA

 


DCIAP considera “absurdo” uma investigação sobre juízes suspeitos de venderem sentenças
 
 
Depois de notícia onde juízes eram pagos por “mudarem” sentenças, DCIAP da PJ reagiu e tenta descredibilizar notícia, instaurando um processo ao jornal. O jornal tenciona continuar a sua investigação.
 
No dia 1 de Novembro o Semanário O Crime publicou uma notícia que na capa dizia “Juízes suspeitos de vender sentenças”. Nessa altura o jornal tentou obter durante duas semanas respostas aos seus pedidos para apurar a verdade, respostas essas que nunca chegaram.
 
O jornal afirmava que “O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) tem metido numa gaveta um processo em que estavam a ser investigados vários juízes-desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa por alegada corrupção”. Dizia ainda que “O “Crime” apurou que as investigações foram conduzidas pela própria Cândida Almeida, em articulação com a Polícia Judiciária. Tudo no máximo sigilo”.
 
Já depois da publicação desta notícia, a 15 de Novembro, foi publicado um direito de resposta nesse mesmo jornal pela própria directora do DCIAP, Cândida Almeida, onde dizia que “O conteúdo da notícia é de tal modo absurdo e fantasioso que se torna impossível sublinhar as passagens mais acintosas da reputação e boa fama do departamento que dirijo”.
 
Em sua defesa, O Crime indica na mesma edição de 5 de Novembro que “O nosso jornal tentou fazer o contraditório ao longo de mais de duas semanas em relação à notícia em apreço. Sem qualquer resposta que desmentisse a informação dada pelas nossas fontes (…)”
 
Nessa mesma altura, o Tugaleaks interessou-se de imediato por esta notícia, tendo em consideração que o fundador do Tugaleaks já teve opurtunidade de “lidar” com esse departamento e que ocorreram algumas ilegalidades como a recusa de advogado e outras constantes neste relato, e que a “fama” do DCIAP não é, por nós entendida, como boa. Antes pelo contrário.
 
O jornalista Carlos Tomás que conduziu a investigação é também o jornalista que tem denunciado as situações no processo Casa Pia e que trabalhou no já extinto jornal 24 horas.
 
Embora seja uma questão de opinião, à qual cada cidadão tem esse direito e dever de a ter, torna-se questionável porque é que o DCIAP não respondeu a um pedido de contraditório de uma notícia durante duas semanas e que depois da notícia ter saído a veio desmentir.

O DCIAP instaurou assim um processo ao responsável do jornal O Crime.
 
Será que há juízes a enriquecer ilicitamente? O jornal anunciou que vai continuar a sua investigação.
 
*Título PG
 

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