MYB – JMR - Lusa
São Tomé 22 nov
(Lusa) - O partido Ação Democrática Independente (ADI), no poder em São Tomé e Príncipe
defendeu hoje a realização de eleições antecipadas se for aprovada uma moção de
censura ao governo, que será votada no parlamento na terça-feira.
"Da forma como
as coisas estão, vamos ter que chamar o povo outra vez para eleições para o
país ter estabilidade. Já não há outra hipótese: é necessário clarificar o
ambiente político e principalmente clarificar a governação e a legitimidade dos
que querem governar esse país", disse hoje a jornalistas Levy Nazaré,
secretário-geral do ADI.
Reagindo à
apresentação da moção de censura, na quarta-feira, o secretário-geral do
partido do governo acusa a oposição de "estar a tentar tudo para derrubar
o governo" de Patrice Trovoada e manifesta a preocupação do seu partido
"não com a moção de censura mas com as consequências que poderão advir
dessa moção".
"Estão a
tentar uma crise e nós responsabilizamos esses partidos por esta crise politica
e social que possa vir a acontecer", sublinhou Levy Nazaré que considera
haver "um conjunto de problemas" mais importantes que devem ser
resolvidos.
"Acho que há
um conjunto de problemas que o país tem, há pouco tempo esses deputados
introduziram uma proposta de revisão constitucional que é um assunto que está
em cima da mesa, e agora aparecem com uma moção de censura", criticou.
A moção de censura
foi assinada por 14 deputados do movimento de libertação de São Tomé e Príncipe
(MLSTP), Partido de Convergência democrática (PCD) e Movimento Democrático
Força da Mudança (MDFM).
Entre os
fundamentos da moção, os deputados acusam o governo de ter recebido da cooperação
taiwanesa "numa operação absolutamente ilegal" um empréstimo de dois
milhões de dólares destinados ao apoio ao empreendedorismo juvenil e ao setor
privado.
A oposição acusa
também Patrice Trovoada de atos de corrupção, efetuando no estrangeiro negociações
"com empresas privadas à margem dos respetivos ministros de tutela e sem
conhecimento dos demais órgãos de soberania e muito menos com conhecimento
publico".
Referem a esse
propósito o reconhecimento da independência do Kosovo, a construção do porto petrolífero
no norte da ilha de são Tomé.
Acusam ainda o
governo de "executar um orçamento à margem das dotações orçamentais",
violando as alterações aprovadas na plenária.
Hoje, Levy Nazaré
disse que há "muita frustração e muita desorientação nesses partidos e
mais do que nunca é o momento de voltar a chamar o povo para decidir e clarificar
a governação em São Tomé
e Príncipe".
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