sexta-feira, 23 de novembro de 2012

São Tomé e Príncipe: ADI propõe eleições antecipadas para "clarificar a governação"

 

MYB – JMR - Lusa
 
São Tomé 22 nov (Lusa) - O partido Ação Democrática Independente (ADI), no poder em São Tomé e Príncipe defendeu hoje a realização de eleições antecipadas se for aprovada uma moção de censura ao governo, que será votada no parlamento na terça-feira.
 
"Da forma como as coisas estão, vamos ter que chamar o povo outra vez para eleições para o país ter estabilidade. Já não há outra hipótese: é necessário clarificar o ambiente político e principalmente clarificar a governação e a legitimidade dos que querem governar esse país", disse hoje a jornalistas Levy Nazaré, secretário-geral do ADI.
 
Reagindo à apresentação da moção de censura, na quarta-feira, o secretário-geral do partido do governo acusa a oposição de "estar a tentar tudo para derrubar o governo" de Patrice Trovoada e manifesta a preocupação do seu partido "não com a moção de censura mas com as consequências que poderão advir dessa moção".
 
"Estão a tentar uma crise e nós responsabilizamos esses partidos por esta crise politica e social que possa vir a acontecer", sublinhou Levy Nazaré que considera haver "um conjunto de problemas" mais importantes que devem ser resolvidos.
 
"Acho que há um conjunto de problemas que o país tem, há pouco tempo esses deputados introduziram uma proposta de revisão constitucional que é um assunto que está em cima da mesa, e agora aparecem com uma moção de censura", criticou.
 
A moção de censura foi assinada por 14 deputados do movimento de libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), Partido de Convergência democrática (PCD) e Movimento Democrático Força da Mudança (MDFM).
 
Entre os fundamentos da moção, os deputados acusam o governo de ter recebido da cooperação taiwanesa "numa operação absolutamente ilegal" um empréstimo de dois milhões de dólares destinados ao apoio ao empreendedorismo juvenil e ao setor privado.
 
A oposição acusa também Patrice Trovoada de atos de corrupção, efetuando no estrangeiro negociações "com empresas privadas à margem dos respetivos ministros de tutela e sem conhecimento dos demais órgãos de soberania e muito menos com conhecimento publico".
 
Referem a esse propósito o reconhecimento da independência do Kosovo, a construção do porto petrolífero no norte da ilha de são Tomé.
 
Acusam ainda o governo de "executar um orçamento à margem das dotações orçamentais", violando as alterações aprovadas na plenária.
 
Hoje, Levy Nazaré disse que há "muita frustração e muita desorientação nesses partidos e mais do que nunca é o momento de voltar a chamar o povo para decidir e clarificar a governação em São Tomé e Príncipe".
 

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