Sydney,
Austrália, 30 set (Lusa) -- Um grupo de senadores australianos instou hoje o
Governo de Camberra a abrir uma investigação para esclarecer a veracidade das
denúncias de abusos sexuais sistemáticos contra mulheres e crianças no centro
de detenção de imigrantes que a Austrália tem na ilha de Nauru.
Sarah
Hanson-Young, senadora do Partido Verde, disse que, com frequência, os guardas
de segurança obrigam as mulheres a despirem-se na sua presença e favorecem as
que mantêm relações sexuais na hora de autorizar o seu acesso aos chuveiros.
Hanson,
que reivindica uma investigação com um grupo de senadores trabalhistas, alegou
que há menores que também são forçados a praticar sexo na presença dos membros
de segurança.
Face
a esta situação, o porta-voz da imigração do Partido Trabalhista (oposição),
Chris Bowen, pediu à Administração que tome medidas, afirmando que se afigura
adequada a abertura de uma investigação e apelando à "total transparência
do Governo".
A
senadora dos Verdes submeteu um comunicado ao ministro da Imigração
australiano, Scott Morrison, não havendo, até ao momento, uma reação às
alegações sobre abusos sexuais no centro de Nauru.
A
Austrália envia os imigrantes indocumentados que tentam alcançar as suas costas
para centros de detenção fora do seu território continental, incluindo dois na
ilha de Manus, na Papua Nova Guiné, e o de Nauru, no Pacífico, enquanto
tramitam os seus pedidos de asilo.
No
início do mês, o novo alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid
al-Hussein, aproveitou o seu discurso inaugural, em Genebra, para criticar a
forma como a Austrália lida com os requerentes de asilo, advertindo que a sua
política está a conduzir a uma série de violações, as quais incluem a detenção
arbitrária e eventual tortura após o seu repatriamento.
À
luz da política de 'linha dura' de Camberra, os imigrantes que chegaram à
Austrália desde julho de 2013 -- incluindo menores -- têm sido enviados para os
referidos centros de Manus e Nauru.
O
ministro da Imigração australiano refutou as alegações das Nações Unidas.
DM
// JCS - Lusa
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