terça-feira, 30 de setembro de 2014

Portugal: - Tecnoforma: Denúncia diz que havia outro ex-JSD a ser pago além de Passos




Segundo o Público, a investigação envolvendo Passos Coelho terá sido uma das mais rápidas investigações criminais da história de Portugal. De fora ficou a contabilidade de outras entidades além da Tecnoforma, bem como um antigo dirigente da JSD, contemporâneo da presidência de Passos Coelho na juventude partidária.

A denúncia que acusa Passos Coelho de receber dinheiro, de forma regular, durante três anos em que seria deputado em regime de exclusividade refere também um antigo companheiro de partido do primeiro-ministro, João Luís Gonçalves. A Procuradoria-Geral da República (PGR), no entanto, não o ouviu.

Conta o Público que a abertura autónoma de inquérito só foi decidida já depois de Passos anunciar que ia pedir esclarecimentos e que apenas os livros da Tecnoforma, referentes ao período entre 1997 e 2001, foram consultados, permitindo um ‘arquivamento-relâmpago’ do caso.

João Luís Gonçalves foi secretário-geral da Juventude Social Democrata numa altura em que Passos Coelho liderou a juventude ‘laranja’. Este advogado foi também membro fundador do Centro Português para a Cooperação (CPPC) e, posteriormente, acionista da Tecnoforma.

Para a PGR, porém, não havia razões para o ouvir, apesar de o seu nome surgir na mesma denúncia anónima contra Passos Coelho.

Na denúncia, conta o Público, é referido que João Luís Gonçalves também recebia dinheiro de forma regular da mesma entidade que o atual primeiro-ministro. A remuneração seria de cerca de 500 contos (2.500 euros) por mês e saía da Tecnoforma e da Liana, uma empresa dissolvida em 2011.

De fora das inquirições, além do advogado ex-JSD, terão ficado ainda elementos como as contas desta última empresa, a Liana, a contabilidade do CPPC, bem como outra documentação da Tecnoforma, acrescenta o mesmo jornal.

Denúncia: Passos Coelho com "pouca memória" em "saco azul" da Tecnoforma

Um antigo diretor geral da Tecnoforma, Luís Brito, afirmou que na organização existia uma companhia offshore que servia para depositar milhões de dólares vindos de Angola. "Funcionou como um saco azul", chegou a afirmar Luís Brito.Já o antigo dono da Tecnoforma, Fernando Madeira, reagiu às últimas declarações de Passos Coelho e garantiu que este tem "memória curta", informa o Expresso.

Um ex-diretor-geral da Tecnoforma, Luís Brito, revelou que durante 15 anos, entre 1986 e 2011, os donos da Tecnoforma tinham uma companhia offshore na ilha de Jersey onde depositavam milhões de dólares, por ano, vindos de Angola. Luís Brito acrescentou ainda que a Form Overseas Limited - companhia offshore - “funcionou como um saco azul” para despesas não documentadas em Portugal, cujos valores “não constavam da contabilidade da empresa”.

O dinheiro tinha origem nos serviços da Cabinda Oil Gulf, da Chevron, e eram transferidos para essa offshore verbas que depois passavam para uma conta da Tecnoforma no Banco de Indústria e Comércio, em Almada.

Luís Brito garantiu ainda que o Centro Português para a Cooperação (CPPC) representou um custo anual “de 200 mil contos, um milhão de euros na moeda atual”, entre 1997 e 1999, altura em que esta organização foi criada pelos donos e administradores da Tecnoforma e presidida por Passos Coelho.

“Os valores globais foram abordados internamente na empresa na altura, de forma informal, quando alguns responsáveis de operações reuniam com a administração para discutir os resultados anuais. O CPPC representou cerca de 600 mil contos ao longo desses três anos”, explica.

“Eu tinha acesso aos montantes de pagamento feitos pela petrolífera e à correspondência trocada com a Form Overseas, incluindo ordens de transferência bancárias enviadas pela Tecnoforma”, disse Luís Brito.

Quanto ao CPPC diz que sabe pouco. “Sei que foi criado para expandir de operações em África, em Cabo Verde, Moçambique mas também países fora do universo da lusofonia, e com o objetivo de ir buscar fundos ao Banco Mundial e à Comissão Europeia”.

Relativamente às declarações do primeiro-ministro, esta sexta-feira no Parlamento, em que afirmava não ter recebido "milhões" em despesas porque não existia esse dinheiro, o responsável pela criação do CPPC e o antigo dono da Tecnoforma, Fernando Madeira não revela o valor dado ao primeiro-ministro em termos de remuneração e afirma ao Expresso: “Se Pedro Passos Coelho, que é 30 anos mais novo do que eu, tem pouca memória do que se passou há poucos anos, porque é que eu hei de ter melhor memória que ele?”.

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