quarta-feira, 16 de novembro de 2011

RTP E LUSA SAEM DE TIMOR-LESTE, QUEM INFORMARÁ EM PORTUGUÊS PARA A CPLP?




FERNANDO SILVA

Gostaria de saber mais sobre Timor-Leste mas já me convenci de que a informação em português já há uns anos atrás era deficitária, continua deficitária e perspetiva-se que assim se mantenha, pior é impossível. A não ser que se confirme a retirada da Agência Lusa e da equipa da RTP porque o governo português tem em agenda esses cortes. Então ficaremos completamente a zeros sobre informação em português em Timor-Leste. Poderão argumentar, mas há o Sapo Timor-Leste. Na verdade agora existe… Mas o que será o Sapo TL em português sem a Lusa?

Se na verdade o governo português está a estudar os cortes a fazer na Agência Lusa e na RTP, se isso inclui a retirada total de ambos os órgãos de informação de Timor-Leste (assim como de outros países lusófonos) decerto que teremos de aprender a língua de Timor-Leste, o tétum, para saber o que por lá acontece ou então Timor abraça a anglofonia e esses assegurarão decerto a informação dentro e fora do país. Sempre é mais fácil, prático e útil saber inglês do que tétum.

Não deixa de ser estranho que um país dito lusófono afinal se depare com esta triste realidade e não tenha um único órgão de comunicação social que veicule noticiários em português, exceto o Sapo Timor-Leste e um ou outro blogue. Timor-Leste poderá estar na CPLP mas quanto a ser um país da lusofonia será certamente a 20 ou 30 por cento, e nem para esses existe modo de colher informação diária em português – ressalvando por enquanto a televisão do país que tem noticiários em português e tétum. Se não houver televisão não se saberá de notícias diárias e muito menos para quem estiver fora do país, por esses países da CPLP ou outros. Quer dizer: sobre Timor-Leste comunicação e informação em português, depende limitadamente da Lusa e da RTP, estejamos ou não no país. Pior se nem estivermos.

Registe-se que pela parte do governo timorense ou de entidades portuguesas ou brasileiras nunca houve o cuidado de estruturar um órgão de comunicação social virado para a lusofonia, nem ao menos online. Existe o Sapo, é verdade, mas o Sapo sem a Lusa é quase zero e não será alternativa. O que deverá existir são órgãos de comunicação social timorenses dedicados ao mundo lusófono e se não é comercializável em jornais no próprio país, porque os timorenses não dominam o português (já lá vão 10 anos!), que se organizem de modo a manter informação online em português a que o mundo lusófono possa aceder e daí, com base na fonte ou fontes poder fornecer a informação. Repare-se que em todos os países da CPLP existem órgãos de comunicação social, online ou não, que se expressam e informam em português. Qual será o problema em Timor-Leste para que assim não aconteça?

Se assim continuar a acontecer, sabendo sobre os cortes que incluem a retirada da Lusa e da RTP de Timor-Leste, quem assegurará no exterior e em português, por exemplo em Portugal e nos países lusófonos, sobre o que por lá acontece?

3 comentários:

Anónimo disse...

É uma lástima

Anónimo disse...

Creio que para já só deverá sair a RTP.

Anónimo disse...

E o Timor Leste contato acaba?

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