quinta-feira, 8 de novembro de 2012

OE2013: Cavaco Silva "tem de assumir as suas responsabilidades" - Arménio Carlos

 

JLS – MBA – Lusa, com foto
 
Coimbra, 08 nov (Lusa) - O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, exortou hoje em Coimbra o Presidente da República a assumir as suas responsabilidades na proposta de Orçamento do Estado para 2013, enviando o documento para o Tribunal Constitucional.
 
"O senhor Presidente da República tem de assumir aqui as suas responsabilidades" disse Arménio Carlos aos jornalistas, em Coimbra, à margem de uma iniciativa de preparação da greve geral de dia 14.
 
O líder da CGTP reafirmou que o Governo "merece um veto político" da parte do PR "porque está a afundar o país".
 
Por outro lado, Arménio Carlos exigiu, "no mínimo", que Cavaco Silva "analise, reflita e de acordo com a sua consciência não deixe de ter presente o sofrimento com que a esmagadora maioria do povo português está a ser confrontado".
 
Para Arménio Carlos, em última instância "só resta" a Cavaco Silva enviar a proposta de Orçamento de Estado para o Tribunal Constitucional, para que este se possa pronunciar "no sentido de considerar inconstitucional aquilo que é por demais evidente".
 
O sindicalista reiterou que a CGTP defende a renegociação da dívida nacional, não para não a pagar "mas para pagar", ilustrando com o caso de uma pessoa "que quando está aflita" vai ao banco para prolongar os prazos e reduzir os juros.
 
"Aqui para o país é a mesma coisa. Se não o fizermos e ao contrário do que o senhor Ministro das Finanças diz, que para atingirmos a divida que tínhamos em 2005 vamos levar décadas, nós dizemos que se esta política continuar vamos levar mais de um século".
 
Arménio Carlos citou ainda o discurso de vitória de Barack Obama, nas eleições norte-americanas, fazendo um contraponto com a situação portuguesa: "O senhor Obama dizia ao povo americano que o melhor está para vir. Hoje dizemos em Portugal que com o Governo do PSD e CDS só se pode esperar o pior".
 
O líder sindical revelou ainda que a CGTP vai avançar com um manifesto em defesa das funções sociais do Estado - saúde, educação e segurança social - considerando que estas têm "uma relação direta com o desenvolvimento e o progresso social" e são "instrumentos determinantes para combater as desigualdades e a pobreza".
 
Arménio Carlos citou dados estatísticos de 2010 e embora considerando que estão "de alguma forma desatualizados", frisou que Portugal "tem um nível de pobreza de 19 por cento" em média.
 
"Se porventura não fossem os apoios sociais que uma parte significativa da população recebe a média de pobreza da população portuguesa seria de 44 por cento", argumentou.
 

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