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Coimbra, 08 nov
(Lusa) - O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, exortou hoje em Coimbra o
Presidente da República a assumir as suas responsabilidades na proposta de
Orçamento do Estado para 2013, enviando o documento para o Tribunal
Constitucional.
"O senhor
Presidente da República tem de assumir aqui as suas responsabilidades"
disse Arménio Carlos aos jornalistas, em Coimbra, à margem de uma iniciativa de
preparação da greve geral de dia 14.
O líder da CGTP
reafirmou que o Governo "merece um veto político" da parte do PR
"porque está a afundar o país".
Por outro lado,
Arménio Carlos exigiu, "no mínimo", que Cavaco Silva "analise,
reflita e de acordo com a sua consciência não deixe de ter presente o sofrimento
com que a esmagadora maioria do povo português está a ser confrontado".
Para Arménio
Carlos, em última instância "só resta" a Cavaco Silva enviar a
proposta de Orçamento de Estado para o Tribunal Constitucional, para que este
se possa pronunciar "no sentido de considerar inconstitucional aquilo que
é por demais evidente".
O sindicalista
reiterou que a CGTP defende a renegociação da dívida nacional, não para não a
pagar "mas para pagar", ilustrando com o caso de uma pessoa "que
quando está aflita" vai ao banco para prolongar os prazos e reduzir os
juros.
"Aqui para o
país é a mesma coisa. Se não o fizermos e ao contrário do que o senhor Ministro
das Finanças diz, que para atingirmos a divida que tínhamos em 2005 vamos levar
décadas, nós dizemos que se esta política continuar vamos levar mais de um
século".
Arménio Carlos
citou ainda o discurso de vitória de Barack Obama, nas eleições
norte-americanas, fazendo um contraponto com a situação portuguesa: "O
senhor Obama dizia ao povo americano que o melhor está para vir. Hoje dizemos
em Portugal que com o Governo do PSD e CDS só se pode esperar o pior".
O líder sindical
revelou ainda que a CGTP vai avançar com um manifesto em defesa das funções
sociais do Estado - saúde, educação e segurança social - considerando que estas
têm "uma relação direta com o desenvolvimento e o progresso social" e
são "instrumentos determinantes para combater as desigualdades e a
pobreza".
Arménio Carlos
citou dados estatísticos de 2010 e embora considerando que estão "de
alguma forma desatualizados", frisou que Portugal "tem um nível de
pobreza de 19 por cento" em média.
"Se porventura
não fossem os apoios sociais que uma parte significativa da população recebe a
média de pobreza da população portuguesa seria de 44 por cento", argumentou.
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