quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Trabalhadores da Lusa preocupados com futuro da agência - reunião com CPLP

 

PPF – JPF - Lusa
 
Lisboa, 07 nov (Lusa) - Os trabalhadores da Lusa reiteraram hoje a sua preocupação com o futuro da agência de notícias, depois de uma reunião em Lisboa com o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy.
 
"Continuamos sem saber o que o Governo pretende que a Lusa seja", disse Rosária Rato, vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas (SJ) e jornalista na agência de informação, declarando que a preocupação dos trabalhadores tem agora "motivos acrescidos" pois a empresa "já está a ficar desfalcada", depois de 19 trabalhadores, 15 dos quais jornalistas, terem saído no âmbito de um programa de rescisões por mútuo acordo.
 
A vice-presidente do SJ deu os exemplos de Coimbra, onde saíram três dos cinco jornalistas da Lusa, e Berlim, onde o correspondente da agência na cidade cessou funções no âmbito do referido programa de rescisões amigáveis.
 
A proposta de Orçamento do Estado para 2013 prevê um corte de 30,9 por cento no contrato-programa entre o Estado e a agência Lusa para 2013, redução contestada pelos trabalhadores que já cumpriram quatro de dias de greve e realizaram várias ações de protesto, receando a perda da qualidade do serviço e os efeitos de uma possível revisão da rede de correspondentes e delegados.
 
Do encontro da CPLP, onde estiveram representantes da Comissão de Trabalhadores, SJ e Conselho de Redação, resultou a compreensão do secretário-executivo com a situação da agência e as implicações para o espaço lusófono de um corte no contrato-programa.
 
Murade Murargy, diz Rosária Rato, foi "completamente sensível" aos argumentos dos trabalhadores e prometeu levar o assunto a encontros que terá em breve, nomeadamente com o Presidente da República, Cavaco Silva, e o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, José Cesário.
 
No final do encontro, o responsável da CPLP escusou-se a comentar em detalhe o teor da conversa, declarando que "ouviu" as preocupações e argumentos dos trabalhadores da Lusa e será um "apoio moral" que levará o assunto a diferentes encontros e reuniões.
 
O presidente do Conselho de Administração da Lusa, Afonso Camões, é ouvido pelos deputados na quinta-feira na Comissão para a Ética, a Cidadania e a Comunicação.
 

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