quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Portugal: TRANSPARÊNCIA, ALAVANCA DE PROGRESSO

 


 
A agência Transparency International classifica Portugal na 33ª. posição entre 176 países, quanto à corrupção percecionada.
 
Dir-se-á que é esta a posição mediana de Portugal nas comparações internacionais de âmbito global, como é o caso do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD). E o 15º. lugar na Europa compara até um pouco melhor do que a posição do País em termos gerais no quadro da União Europeia (UE).
 
O problema é que a crise generalizada, em termos económicos e sociais, na qual se sentem mergulhados os portugueses, vem de mãos dadas com um conjunto sem precedentes de escândalos, só agora revelados. Seja o sumiço de milhares de milhões de euros na maior fraude financeira - o BPN -, seja o desmantelamento da rede corrupta de evasão e fraude fiscal de largo número de empresas, em conivência com consultores jurídicos especializados (Operação Furacão); estejam agora a ser objeto de um escrutínio mais rigoroso os contratos de várias PPP no setor rodoviário, que garantiam aos parceiros privados taxas de rendibilidade desproporcionadas; ou revele uma grande reportagem televisiva a teia de conivências, patrocínios e encobrimentos de negócios obscuros no sector dos colégios privados por parte de políticos do centrão - não faltam casos de que o grande público vem tomando conhecimento, sem que se veja a Justiça a punir atempadamente os criminosos.
 
Acontece que a transparência e lisura de processos na esfera económica e sua separação de tráficos de influência na esfera política é uma das alavancas para potenciar a ação das boas empresas e dos bons governos. É isso que nos apresentam os países mais avançados, simultaneamente os menos corruptos. Para chegar a esse nível, falta uma ação concertada e a vontade política de debelar tudo o que de obscuro se vai fazendo, impunemente, à mesa do Orçamento do Estado.
 

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