FP – MLL - Lusa
Bissau, 23 jan
(Lusa) - O antigo ministro Aristides Ocante da Silva apresentou hoje a
candidatura a líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), o maior partido da Guiné-Bissau, que quer ver unido, participativo,
moderno e inclusivo.
"Depois de 37
anos de atividade política sinto-me com capacidade para enfrentar novos
desafios", disse o dirigente político na cerimónia de apresentação da
candidatura, toda ela com referências a Amílcar Cabral, o fundador do partido
em 1956 e assassinado fez no domingo passado 40 anos.
Nas camisolas com a
sua fotografia, que foram distribuídas pelas centenas de pessoas que assistiram
à cerimónia, podia, de resto, ler-se a frase "sou continuador de
Cabral", além de "Pelo PAIGC Força Luz e Guia do Nosso Povo".
Aristides Ocante da
Silva foi o primeiro a apresentar-se como candidato a presidente do partido,
embora Carlos Gomes Júnior, o ainda líder e em Portugal na sequência do golpe
de Estado de abril passado que o afastou do poder, já tenha enviado uma carta
ao PAIGC a dizer que é candidato de novo.
Braima Camará,
presidente da Câmara de Comércio da Guiné-Bissau, e o antigo secretário-executivo
da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) Domingos Simões Pereira
foram outros militantes do partido que já manifestaram a intenção de se
candidatar, embora ainda não o tenham feito formalmente.
Antigo ministro dos
Recursos Naturais, da Educação, da Defesa e da Função Pública, Aristides Ocante
da Silva prestou hoje homenagem aos antigos combatentes, no dia em que se
assinalam os 50 anos do início da luta armada na Guiné-Bissau (com o assalto a
um quartel português na localidade de Tite, sul de Bissau), e fez bastas
referências a Amílcar Cabral.
Fazendo um
historial do que foi o PAIGC ao longo dos anos, disse que é esse legado, do
partido e do seu fundador, que reivindica, e acrescentou que se sente com
capacidade para fazer face aos novos desafios e à continuação das reformas no
setor da Defesa e à dignificação dos antigos combatentes.
Ocante quer um
partido sem ideologias marxistas ou capitalistas mas "de
desenvolvimento", moderno e dinâmico, prometendo que, caso não ganhe no
congresso de maio, irá trabalhar com quem quer que seja o vencedor.
Aristides Ocante da
Silva, 46 anos, é biólogo, membro do bureau político do PAIGC e iniciou-se na
política aos nove anos, como "pioneiro" do partido. Era ministro da
Função Pública no Governo de Carlos Gomes Júnior na altura do golpe de Estado
do ano passado.
Sem comentários:
Enviar um comentário