quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Aristides Ocante da Silva candidato à liderança do PAIGC, maior partido da Guiné-Bissau




FP – MLL - Lusa

Bissau, 23 jan (Lusa) - O antigo ministro Aristides Ocante da Silva apresentou hoje a candidatura a líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o maior partido da Guiné-Bissau, que quer ver unido, participativo, moderno e inclusivo.

"Depois de 37 anos de atividade política sinto-me com capacidade para enfrentar novos desafios", disse o dirigente político na cerimónia de apresentação da candidatura, toda ela com referências a Amílcar Cabral, o fundador do partido em 1956 e assassinado fez no domingo passado 40 anos.

Nas camisolas com a sua fotografia, que foram distribuídas pelas centenas de pessoas que assistiram à cerimónia, podia, de resto, ler-se a frase "sou continuador de Cabral", além de "Pelo PAIGC Força Luz e Guia do Nosso Povo".

Aristides Ocante da Silva foi o primeiro a apresentar-se como candidato a presidente do partido, embora Carlos Gomes Júnior, o ainda líder e em Portugal na sequência do golpe de Estado de abril passado que o afastou do poder, já tenha enviado uma carta ao PAIGC a dizer que é candidato de novo.

Braima Camará, presidente da Câmara de Comércio da Guiné-Bissau, e o antigo secretário-executivo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) Domingos Simões Pereira foram outros militantes do partido que já manifestaram a intenção de se candidatar, embora ainda não o tenham feito formalmente.

Antigo ministro dos Recursos Naturais, da Educação, da Defesa e da Função Pública, Aristides Ocante da Silva prestou hoje homenagem aos antigos combatentes, no dia em que se assinalam os 50 anos do início da luta armada na Guiné-Bissau (com o assalto a um quartel português na localidade de Tite, sul de Bissau), e fez bastas referências a Amílcar Cabral.

Fazendo um historial do que foi o PAIGC ao longo dos anos, disse que é esse legado, do partido e do seu fundador, que reivindica, e acrescentou que se sente com capacidade para fazer face aos novos desafios e à continuação das reformas no setor da Defesa e à dignificação dos antigos combatentes.

Ocante quer um partido sem ideologias marxistas ou capitalistas mas "de desenvolvimento", moderno e dinâmico, prometendo que, caso não ganhe no congresso de maio, irá trabalhar com quem quer que seja o vencedor.

Aristides Ocante da Silva, 46 anos, é biólogo, membro do bureau político do PAIGC e iniciou-se na política aos nove anos, como "pioneiro" do partido. Era ministro da Função Pública no Governo de Carlos Gomes Júnior na altura do golpe de Estado do ano passado.

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