sexta-feira, 22 de março de 2013

Maior investimento pode evitar mortes infantis por consumo de água imprópria em Angola




NME – VM - Lusa

Luanda, 22 mar (Lusa) - A UNICEF defende que os progressos económicos alcançados por Angola desde 2002, com um "maior investimento e foco na equidade", podem ajudar a diminuir as mortes em crianças causadas pelo consumo de água imprópria.

Esta apreciação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) vem expressa em comunicado de imprensa enviado hoje à Agência Lusa em Luanda.

No documento, emitido por ocasião do dia mundial de Água, hoje assinalado, a UNICEF refere, com base no Inquérito sobre o Bem-Estar da População efetuado pelas autoridades angolanas em 2009, que somente 42 por cento da população tem acesso à água potável.

Refere igualmente que apenas 60 por cento da população angolana utiliza instalações sanitárias melhoradas, "o que contribui para o surgimento de 1,4 a dois milhões de casos de diarreias anualmente, dos quais um terço são crianças menores de cinco anos.

Nesse sentido, aquele órgão das Nações Unidas considera que os progressos alcançados por Angola desde o fim de três décadas de guerra, em 2002, "demonstram que com um maior investimento e foco na equidade", sobretudo para as populações mais vulneráveis "pode-se garantir que cada criança tenha acesso à água potável e saneamento de qualidade e garantir uma geração mais saudável".

"As estatísticas demonstram a gravidade do problema, precisamos encarar a situação da falta de água como uma tragédia humana que afeta o bem-estar e a sobrevivência das crianças", disse o representante da UNICEF em Angola, Koenraad Vanormelingen.

"A cada ano, as doenças diarreicas matam milhares de crianças angolanas. Estas fatalidades podem ser evitadas através da observância de medidas básicas, como a melhoria do saneamento e a sensibilização das famílias para lavar as mãos, ferver ou desinfetar a água com lixívia", acrescentou.

A nível mundial, salienta a nota, cerca de 2.000 crianças menores de cinco anos morrem diariamente devido às doenças diarreicas, das quais aproximadamente 1.800 estão ligadas à qualidade de água, saneamento e higiene.

Em nota distribuída hoje à imprensa para assinalar a data, este ano com o lema: "2013, Ano Internacional da Cooperação ao Dia Mundial da Água", o Ministério da Energia e Águas de Angola realça a execução de vários programas governamentais para garantir melhor qualidade de vida aos angolanos.

Segundo a nota, entre as ações destaca-se o Programa Água para Todos, que se consubstancia na construção de novos sistemas de abastecimento de água nas capitais provinciais, sedes municipais e comunais.

"A evolução positiva de indicadores de desenvolvimento associados à qualidade de vida em Angola, relacionados com o acesso à água e à sua adequada gestão, vem sendo em parte conseguida mediante a implementação de programas para o setor, que tem como objetivos estratégicos servir de forma regular e contínua a maior percentagem da população possível, com progressiva elevação da qualidade do serviço", refere a nota.

Leia sobre Angola a polémica baseada em artigo de Martinho Júnior em Página Global:

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