MB – VM - Lusa
Bissau, 22 mar
(Lusa) - Mais de seis mil lares no interior da Guiné-Bissau vão ter a partir de
hoje iluminação solar, num projeto montado por uma organização não
governamental que quer ajudar a erradicar a pobreza e o analfabetismo no país.
Segundo Idrogidro
Barbosa, um dos responsáveis da ONG Effective Intervention, o projeto Energia
para o Povo, a ser lançado hoje na aldeia de Nhala, no sul da Guiné-Bissau,
visa levar a iluminação a 6500 lares em 120 tabancas (aldeias) nas regiões de
Quinará e Tombali, zonas onde não há energia elétrica.
O responsável do
projeto explicou à Lusa que a ideia é ajudar a combater a pobreza e o
analfabetismo naquelas zonas da Guiné-Bissau através do recurso à energia solar
que irá possibilitar o aumento da frequência escolar das crianças e raparigas,
produção de alimentos e ainda dar oportunidade de lazer nas tabancas.
O esquema "é
muito simples", as casas beneficiadas do projeto vão ter um painel solar
que acumulará a energia solar durante o dia e o dono da casa indicará aos técnicos
do projeto quantas lâmpadas pretende ter, disse Idrogidro Barbosa.
Cada lar
beneficiado com a energia do projeto terá que pagar 25 francos CFA (0,038
euros) por dia a um conselho de administração a ser criado pelos habitantes da
tabanca, sendo que esse dinheiro será utilizado para construção de outras
infraestruturas comunitárias, nomeadamente poços de água ou escolas, indicou
Barbosa.
A ideia,
acrescentou Idrogidro Barbosa, é incentivar a população à autogestão dos
recursos da comunidade, responsabilização coletiva, e ainda desencorajar o uso
de velas, lanternas a pilha ou candeeiros a petróleo.
"A iluminação
solar permite às crianças estudarem à noite, depois do trabalho no campo
durante o dia, ajuda as mulheres nas suas tarefas domésticas ao amanhecer ou à
noite, melhora a convivência social e a saúde, e ainda aumenta a produtividade
na tabanca em todos os domínios", notou Barbosa.
Paralelamente a
este projeto de energia solar nas casas dos habitantes de Quinará e Tombali a
Effective Intervention tem em curso um projeto de alfabetização de crianças das
duas regiões visando que todas crianças daquelas zonas remotas da Guiné-Bissau
possam completar, pelo menos, o primeiro ciclo.
Já entre 2007 a
2010 a ONG, que conta com uma assistência técnica de voluntários oriundos do
Reino Unido e Portugal, levou a cabo em várias aldeias do interior do país
iniciativas na área de saúde pública visando ensinar práticas para a redução da
mortalidade maternoinfantil.
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