terça-feira, 16 de abril de 2013

Angola: REDUZIDO EM CERCA DE 50% O NÍVEL DE MALNUTRIÇÃO NO PAÍS




O País (ao)

O representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Angola, Mamoudou Diallo, considerou nesta terça-feira, em Luanda, que o governo de Angola tem feito muitos esforços e progressos económicos, sociais e ambientais e particularmente no domínio da segurança alimentar, onde recentemente reduziu em cerca de 50% o nível de malnutrição no país.

Mamoudou Diallo que falava no workshop sobre ‘ Benefícios Económicos, Sociais e Ambientais das Hortas Familiares em Angola’, uma realização da FAO, Ministério da Agricultura e PNUD, referiu que ‘ a FAO e os demais parceiros sentem-se orgulhosos de terem acompanhado Angola nesta batalha, está convencida que Angola atingirá definitivamente e de maneira sustentável todos os objectivos de desenvolvimento do milénio tendo em conta as tendências recentes e os compromissos assumidos pelo governo angolano para seguir e avançar neste sentido’.  

O representante da FAO em Angola, Mamoudou Diallo, disse igualmente que  ‘muitas cidades em Angola e em todo o mundo estão a enfrentar um fenómeno de urbanização muito rápido. Para melhorar o equilíbrio económico, social e ambiental das cidades, a FAO está a integrar o desenvolvimento da agricultura familiar e horticultura urbana e periurbana que é única como meio de combate a pobreza e a malnutrição urbana’. ‘Em Angola a agricultura agricultura familiar e a agricultura urbana são vistas como actividades chaves da sobrevivência e no desenvolvimento social das populações, em Luanda e outras cidade de Angola’, disse para sublinhar que ‘o projecto-piloto de agricultura urbana que está na segunda fase é uma experiencia única em Angola. O objectivo é contribuir para a segurança alimentar nutricional, melhorar a qualidade de vida da população através da criação de hortas familiares, beneficiando as camadas mais vulneráveis da população, enriquecendo a dieta familiar, gerando renda adicional concreta para estas mesmas famílias com venda de excedente da produção, promovendo tecnologias sustentáveis, utilizando os recursos naturais, e insumos e ao mesmo tempo que respeita o conhecimento, as tradições, o ambiente local e promove a equidade do género’.  

FOME REDUZIDA A MAIS DE 55% EM 2012

Na abertura do encontro, o secretário de Estado da Agricultura, José Amaro Taty, destacou que ‘os resultados atingidos pelo governo angolano em termos de redução e combate a pobreza e malnutrição são enormes desde que o país vive em paz’. ‘ A agricultura familiar, suporte da nossa política agrícola, é a base para permitir a produção de alimentos de elevado valor nutricional em zonas urbanas e peri-urbanas utilizando pequenos materiais reciclados e usando métodos limpos e eficiente. Esta ferramenta poderá contribuir rapidamente para o aumento da produção de hortícolas e legumes saudáveis para a melhoria da dieta das famílias sobretudo as mais vulneráveis através do acesso económico e ambiental sustentável de alimentos de origem vegetal’, sublinhou.

O secretário de Estado da Agricultura, José Amaro Tati, disse igualmente que as experiências realizadas pela FAO em vários países do mundo indicam que a agricultura familiar permite que além de garantir uma base aceitável para o autoconsumo, aumentar as receitas familiares através da venda de produtos de alta qualidade e livres de agroquímicos indispensáveis a agricultura de grande escala mais evitais na agricultura familiar. ‘ A parceria com a FAO e com o governo de Angola em Geral, marca com este evento e com este projecto um grande momento, aumentado e reforçando a luta contra a pobreza e a erradicação da fome’, salientou, tendo indicando que Angola já atingiu no final do ano passado os objectivos do desenvolvimento do milénio, chegado a uma redução da fome a mais de 55% em 2012, sendo que a meta seria de 50% em 2015. ‘ Temos ainda três anos pela frente para consolidar e aumentar os resultados atingidos podendo posicionar o nosso país entre os países que atingiram este objectivo e que inscreveram e se inscrevem no quadro global do nosso país iniciado pelo nosso governo. Acredito que vamos ter que fazer esforços, porque não só atingir a meta, interessa sim cada vez crescermos e naquilo que são os nossos objectivos temos que produzir para alimentar o nosso povo e espreitar para a necessidade de exportarmos na periferia do nosso país e darmos alimentos para o resto do mundo consumir’, destacou.

HORTAS FAMILIARES REDUZEM MALNUTRIÇÃO

O representante do PNUD no encontro, Roque Gonçalves disse que este projecto sobre horticultura urbana para a redução da pobreza e a subnutrição é uma das iniciativas do PNUD e da FAO que tem um financiamento da cooperação espanhola. ‘É um projecto que visa a criação de hortas familiares, o que ira contribuir grandemente para a redução da malnutrição e o aumento de rendimentos das nossas famílias. Se nós estivermos as nossas donas de casas a produzir dentro dos quintais obviamente elas vão poder ter um aumento dos suprimentos de alimentos, um aumento dos seus rendimentos’, referiu.

O Workshop subordinado ao tema ‘Benefícios económicos, sociais e ambientais das hortas familiares em Angola’, teve como prelector o especialista em Hortas familiares, César Hernan Marulanda, consultor internacional da FAO de alto nível para a agricultura urbana e peri-urbana na América Latina, Caribe e África, que abordou a experiência da produção de alimentos de elevado valor nutricional em zonas urbanas e peri-urbanas utilizando pequenos espaços, materiais reciclados e usando métodos de cultivo limpos e rápidos.

Esta ferramenta poderá rapidamente contribuir para o aumento da produção de hortícolas e legumes saudáveis para a melhoria da dieta alimentar das famílias, sobretudo as mais vulneráveis através do acesso económica e ambientalmente sustentável a alimentos de origem vegetal.

Trata-se de uma iniciativa de grande importância para o desenvolvimento sustentável e equilibrado do país e está inserido no quadro do projecto ‘Horticultura urbana e periurbana para reduzir a pobreza e a desnutrição em Angola’ financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD e implementado em conjunto pelos parceiros governamentais (MINAGRI, MINARS, MINFAMU) e a sociedade civil, com a assistência técnica da FAO.

12 MIL FAMÍLIAS BENEFICIAM DO PROJECTO

Terá ainda hortas familiares, que serão monitoradas pela ADPP, que irão abranger cerca de 1000 mulheres e, cingindo-se à área de Calumbo, em Viana. A escola profissional de Cabiri, que conta com 220 estudantes, incluindo meninas, também vai ser contemplada, e ainda no Kilamba-Kiaxi, o centro Arnaldo Jassem e o Lar de terceira idade Beiral. Espera-se que com o projecto traga um impacto positivo, permitindo a redução das despesas com a alimentação e aumentando a renda através da venda de frutos e vegetais e ainda a prática de modelos de horticultura e hortas familiares.

Hermenegildo Tchipilica

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