domingo, 3 de fevereiro de 2013

Em Morro Bento (Angola), todos os caminhos de Cabo Verde vão dar a "Tchiga me"




EL – PJA - Lusa

Luanda, 02 fev (Lusa) - Numa das saídas de Luanda, para sul, fica Morro Bento, onde muitos se juntam no "Tchiga Me", restaurante em que por estes dias se vibra com a seleção de Cabo Verde na Taça das Nações de África em futebol.

No restaurante, aberto há cerca de 10 anos, o dono da bola é Fernanda Lima, cabo-verdiana natural da Cidade da Praia e a residir há 31 anos em Angola.

Como ela são cerca de 50 mil os cabo-verdianos que escolheram Angola para residir, mas apenas 17 mil estão inscritos no Consulado, disse à Lusa o embaixador de Cabo Verde em Luanda, Domingos Mascarenhas.

"Constatamos agora o número cada vez maior, sobretudo de jovens, que pedem a nacionalidade cabo-verdiana. É indicador do interesse acrescido que esses descendentes têm pelo país", ajuíza.

Os cabo-verdianos radicados em Angola estão distribuídos pelas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Cuanza Sul, Cabinda e Bengo.

"Os cabo-verdianos que vivem em Angola estão em todas as áreas de atividade. Historicamente há um grupo ligado à agricultura, porque a maior parte dos cabo-verdianos que veio para aqui, nas décadas de 1940, 1950 e 1960, estava muito ligada à agricultura", explicou o diplomata.

Boa parte dos cabo-verdianos continua ainda ligada à agricultura em Angola, mas Domingos Mascarenhas também os encontra no comércio, gestão de empresas.

"É gratificante para nós encontrar os cabo-verdianos em todos os setores de atividade, porque é sinal que se encontram perfeitamente integrados na sociedade angolana", elogiou.

Domingos Mascarenhas vai acompanhar o jogo de sábado contra o Gana, a contar para os quartos-de-final em casa e à semelhança de Fernanda Lima "fé e esperança" é que não faltam.

Fernanda Lima, mais expansiva, não tem dúvidas: "vamos ganhar e fazer depois uma grande festa".

As unhas, pintadas a preceito em tons de azul e branco, reproduzem as cores da bandeira de Cabo Verde, e se a emoção ganhasse jogos, Cabo Verde já estava na final e para ganhar.

Domingos Mascarenhas, mais comedido, naturalmente pelas funções diplomáticas que ocupa, diz que se trata de uma "grande oportunidade".

"Penso que se trata sobretudo de uma grande oportunidade de nos descobrirmos a nós mesmos. É uma grande experiência. Ate onde podemos ir? Penso que a seleção está determinada a fazer tudo para garantir um grande espetáculo de futebol. Não farei nenhum prognóstico, mas creio poder afirmar que a seleção vai fazer tudo para que o jogo contra o Gana seja um jogo que contribua para o grande espetáculo que se deseja continue a ser o CAN", afirmou.

Nos outros jogos de Cabo Verde, os 150 lugares do "Tchiga Me" foram largamente ultrapassados pelos 500 que assistiram à vitória sobre Angola, quando a cachupa venceu o funge.

A festa saiu do espaço de restauração e abraçou Morro Bento, o enredo que todos esperam ver repetido sábado contra o Gana.

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