Fernanda Mestrinho* –
Jornal i, opinião
Uma mãe envenenou
os dois filhos e suicidou-se. Outra fechou-os num quarto e deitou-lhe fogo.
Morreram. Foi assim em Portugal, nas últimas semanas. São vidas perdidas,
famílias destroçadas. Miséria, depressão e desespero que nenhum tribunal ou
assistência social, mesmo já sinalizados os casos, conseguem evitar. No
interior da solidão das casas, a violência doméstica está a atingir limites
insuportáveis, uma descida aos infernos. Mas as crianças, Senhor?
A crise social é um
rastilho de pólvora, quem está no terreno a lidar com estes casos deve sentir
uma enorme impotência. Li, espero não me enganar, que mais de 3 mil crianças
estão já institucionalizadas. Todos, mas mesmo todos aqueles que podem intervir
nesta situação, devem reforçar o esforço. Veneno, fogo… um pesadelo na
consciência colectiva.
Um consolo desta
semana: a forma impecável como foi dada assistência médica às vítimas do
acidente do autocarro. Merecem um enorme elogio.
Crise do PS? Passo.
Ulrich diz que todos podemos virar sem- -abrigo? Desisto. Teve lucros com a
dívida portuguesa, os contribuintes também vão ter com o dinheiro que
emprestaram ao banco?
Por último, a
declaração do líder da CGTP sobre o “escurinho” da troika. Concordo com o
editorial do director deste jornal.
Voltemos ao
essencial. As pessoas. Desistiram da vida e levaram os filhos. Não viram
futuro. Como diz a canção: “… o mundo está mesmo doente…”
*Jornalista/advogada
Escreve ao sábado
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