domingo, 3 de fevereiro de 2013

Portugal: ATERRADOR




Fernanda Mestrinho* – Jornal i, opinião

Uma mãe envenenou os dois filhos e suicidou-se. Outra fechou-os num quarto e deitou-lhe fogo. Morreram. Foi assim em Portugal, nas últimas semanas. São vidas perdidas, famílias destroçadas. Miséria, depressão e desespero que nenhum tribunal ou assistência social, mesmo já sinalizados os casos, conseguem evitar. No interior da solidão das casas, a violência doméstica está a atingir limites insuportáveis, uma descida aos infernos. Mas as crianças, Senhor?

A crise social é um rastilho de pólvora, quem está no terreno a lidar com estes casos deve sentir uma enorme impotência. Li, espero não me enganar, que mais de 3 mil crianças estão já institucionalizadas. Todos, mas mesmo todos aqueles que podem intervir nesta situação, devem reforçar o esforço. Veneno, fogo… um pesadelo na consciência colectiva.

Um consolo desta semana: a forma impecável como foi dada assistência médica às vítimas do acidente do autocarro. Merecem um enorme elogio.

Crise do PS? Passo. Ulrich diz que todos podemos virar sem- -abrigo? Desisto. Teve lucros com a dívida portuguesa, os contribuintes também vão ter com o dinheiro que emprestaram ao banco?

Por último, a declaração do líder da CGTP sobre o “escurinho” da troika. Concordo com o editorial do director deste jornal.

Voltemos ao essencial. As pessoas. Desistiram da vida e levaram os filhos. Não viram futuro. Como diz a canção: “… o mundo está mesmo doente…”

*Jornalista/advogada

Escreve ao sábado

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