Ana Guedes, Danielle
Stescki – Voz da América
A nossa convidada
do Angola Fala Só desta semana, Mihaela Webba, deputada e assessora jurídica do
presidente da UNITA, Isaías Samakuva, respondeu a várias questões ligadas à
queixa-crime apresentada pela UNITA contra o presidente José Eduardo dos Santos
como candidato nas eleições de 2012. A UNITA acusou o presidente de falsificar
os resultados eleitorais com recurso a especialistas chineses. Outros
temas foram o pronunciamento dos bispos católicos sobre alegadas afirmações de
Isaías Samakuva.
O primeiro ouvinte quis saber se a queixa-crime andará para a frente ao que
Mihaela Webba respondeu que num estado de direito a Procuradoria-Geral da
República (PGR) devia desempenhar o seu papel e investigar a prática ou não de
actos criminosos. A Assembleia nacional deve abrir um inquérito para apurar se
foram praticados crimes.
“No entanto as instituições angolanas ainda não estão comprometidas com o
estado de direito.” Por exemplo, disse, seguindo a informação nos órgãos de
comunicação públicos os cidadãos desconhecem exactamente o que está a passar-se
na Assembleia Nacional e o que estão a fazer os deputados que elegeram.
Sobre a questão das alegadas afirmações de Isaias Samakuva sobre que “as armas
estão arrecadadas e poderão sair a qualquer momento” Mihaela Webba afirmou que
foi uma manipulação da TPA e da RNA que estiveram nesse comício da UNITA. Quem
não esteve no local não compreenderá realmente o que se passou. O que Samakuva
disse foi que as armas estão na arrecadação e só sairão para defender o território
nacional. “
“A nossa arma agora são as palavras (acrescentou) não é verdade que Samakuva
tenha incitado à guerra. Quem esteve lá sabe que não é verdade”.
Falando sobre a questão dos rendimentos petrolíferos, que segundo o ouvinte, a
maior parte sai para o estrangeiro pelas mãos das multinacionais, a deputada
opinou que “no interesse de uma gestão transparente é fundamental que os
cidadãos saibam qual o montante que fica em Angola “. Notou que os 30%
mencionados pelo ouvinte podem ser muito ou pouco dependendo de quanto é
produzido e qual o rendimento. No interesse da gestão transparente do erário
público é necessário que todos os cidadãos angolanos saibam quanto as empresas
petrolíferas disponibilizam pelo petróleo que vêm retirar em Angola.”
Outra questão abordada por vários amigos ouvintes foi a questão do
pronunciamento dos bispos de Angola e São Tome. Um dos ouvintes perguntou se há
leis para impedi-los de se intrometerem demasiadamente na vida política. A
nossa convidada retorquiu: “Os bispos e os pastores na sua qualidade de
cristãos devem comprometer-se com a justiça e com a verdade. Quem vai
condená-los é Deus porque não há lei nenhuma que possa fazê-lo.” A nossa
convidada acrescentou sobre o mesmo assunto respondendo a outro ouvinte que: “Eles
devem ser a reserva moral da nação. Não é vocação da igreja envolver-se na vida
política.”
Outro ouvinte referiu que se registam no Menonge (província do Kuando-Kubango)
grande movimentação de tropas na cidade. Ao que Mihaela Webba respondeu com o
que viu na sua recente visita à cidade. “Por acaso estive lá no Menongue
recentemente para participar nas jornadas parlamentares da UNITA. Havia
policiamento normal para acompanhar a comitiva de Samakuva. Não tive
conhecimento da movimentação de tropas. Contudo a verificar-se (essa
movimentação) isso seria preocupante. Se houver um conflito será entre o regime
e o povo angolano e não entre a UNITA e o MPLA.”
Ouça o programa.
22
Mar 2013 Angola Fala Só - Mihaela Webba "Instituições não estão
comprometidas com o estado de ...
Sem comentários:
Enviar um comentário