Jornal i - Lusa
O líder da CGTP
acusou hoje o Governo de não ter credibilidade nem ética, apontando como
"urgente" a realização de eleições e acusou o "patronato"
de não distribuir de "forma justa" os lucros resultantes do aumento
da produtividade.
Em Guimarães, para
uma caminhada organizada pela Federação dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios,
Vestuário Calçados e Peles de Portugal (FETESE), Arménio Carlos classificou
ainda de "inadmissível" a atitude das confederações patronais que
disse estarem a "bloquear" a contratação coletiva e o aumento
generalizado dos salários.
O líder
sindicalista voltou também a referir o aumento do salário mínimo nacional como
"fundamental" para "estimular" o mercado interno.
"O maior
veneno que neste momento se está a dar ao país é a política de Passos Coelho,
que está a destroçar a economia, a destruir o emprego, a generalizar a pobreza
e a trazer a fome a Portugal", disse.
Segundo Arménio
Carlos, o Governo "assumiu de uma forma implícita que não tem condições
para continuar a governar", frisando que além da falta de condições o
executivo de Passos Coelho "não tem qualquer credibilidade, nem moral nem
ética".
Por isso, o sindicalista
apelou à realização de "novas eleições" para que "seja dada a
voz ao povo", explicando que "não basta mudar as pessoas",
recusando, assim, a " mera" substituição de elementos do Governo.
"Não basta a
demissão deste Governo, é preciso eleições e criar as condições para se
promover uma alternativa política que acabe com as alternâncias e levante este
país numa linha de crescimento económico e de coesão social", disse.
Também as
confederações patronais foram alvo das críticas de Arménio Carlos, que acusou o
patronato de não refletir na compensação ao trabalhador o aumento de
produtividade registado.
"O que está
demonstrado é que esse aumento de produção não está a ter uma consequência do
ponto de vista da sua distribuição de forma justa. Salários que não são
aumentados naturalmente levam a aumento dos lucros para as entidades
patronais", disse.
O sindicalista
acusou ainda as confederações patronais de se estarem a "escudar na
alteração da lei sobre a publicação das portarias de extensão" para criar
um empasse nas negociações da concertação social.
"É
inadmissível que algumas associações patronais estejam a bloquear a contratação
coletiva e a impedir que os salários sejam aumentados e simultaneamente que os
contratos coletivos de trabalham sejam respeitados", apontou.
O aumento do
salário mínimo nacional, em um euro por dia como propõe a CGTP é, segundo o
líder da intersindical, fundamental para o crescimento do mercado interno e da economia.
"A esmagadora
maioria das empresas, mais de 95%, trabalham para o mercado interno. Se os
trabalhadores virem aumentado o seu poder de compra, eles podem consumir mais,
logo as empresas fazem mais negócio e também aqui o Estado e a Segurança Social
reforçam as contribuições fiscais e receitas", lembrou.
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