domingo, 24 de março de 2013

Portugal: GOVERNO NÃO TEM CREDIBILIDADE NEM ÉTICA, diz líder da CGTP




Jornal i - Lusa

O líder da CGTP acusou hoje o Governo de não ter credibilidade nem ética, apontando como "urgente" a realização de eleições e acusou o "patronato" de não distribuir de "forma justa" os lucros resultantes do aumento da produtividade.

Em Guimarães, para uma caminhada organizada pela Federação dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário Calçados e Peles de Portugal (FETESE), Arménio Carlos classificou ainda de "inadmissível" a atitude das confederações patronais que disse estarem a "bloquear" a contratação coletiva e o aumento generalizado dos salários.

O líder sindicalista voltou também a referir o aumento do salário mínimo nacional como "fundamental" para "estimular" o mercado interno.

"O maior veneno que neste momento se está a dar ao país é a política de Passos Coelho, que está a destroçar a economia, a destruir o emprego, a generalizar a pobreza e a trazer a fome a Portugal", disse.

Segundo Arménio Carlos, o Governo "assumiu de uma forma implícita que não tem condições para continuar a governar", frisando que além da falta de condições o executivo de Passos Coelho "não tem qualquer credibilidade, nem moral nem ética".

Por isso, o sindicalista apelou à realização de "novas eleições" para que "seja dada a voz ao povo", explicando que "não basta mudar as pessoas", recusando, assim, a " mera" substituição de elementos do Governo.

"Não basta a demissão deste Governo, é preciso eleições e criar as condições para se promover uma alternativa política que acabe com as alternâncias e levante este país numa linha de crescimento económico e de coesão social", disse.

Também as confederações patronais foram alvo das críticas de Arménio Carlos, que acusou o patronato de não refletir na compensação ao trabalhador o aumento de produtividade registado.

"O que está demonstrado é que esse aumento de produção não está a ter uma consequência do ponto de vista da sua distribuição de forma justa. Salários que não são aumentados naturalmente levam a aumento dos lucros para as entidades patronais", disse.

O sindicalista acusou ainda as confederações patronais de se estarem a "escudar na alteração da lei sobre a publicação das portarias de extensão" para criar um empasse nas negociações da concertação social.

"É inadmissível que algumas associações patronais estejam a bloquear a contratação coletiva e a impedir que os salários sejam aumentados e simultaneamente que os contratos coletivos de trabalham sejam respeitados", apontou.

O aumento do salário mínimo nacional, em um euro por dia como propõe a CGTP é, segundo o líder da intersindical, fundamental para o crescimento do mercado interno e da economia.

"A esmagadora maioria das empresas, mais de 95%, trabalham para o mercado interno. Se os trabalhadores virem aumentado o seu poder de compra, eles podem consumir mais, logo as empresas fazem mais negócio e também aqui o Estado e a Segurança Social reforçam as contribuições fiscais e receitas", lembrou.

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