Fernanda Mestrinho –
Jornal i, opinião
Pilotada pelos
mercados e (ir)responsáveis, a Europa virou a nave dos loucos. Para Chipre, a
receita dos iluminados ministros das Finanças (incluindo o nosso) foi abocanhar
os depósitos bancários. Estalou a bronca e todos querem sacudir a água do
capote.
O parlamento de
Chipre recusou, logo não é um “país de programa”, expressão utilizada por Vítor
Gaspar, como se as nações virassem agora, “meninas de programa”. Poupem-me…
O Memorando da troika, diz o governo, parece ter sido mal desenhado. Mas não o
assinaram e adoravam? Vamos lá ter maneiras.
Passos Coelho
defende que os funcionários públicos podem rescindir o contrato porque é uma
grande oportunidade. Já o era a emigração para os desempregados. E que tal um
bocadinho de bom senso?
Oportunidade para o
governo seria o Tribunal Constitucional rejeitar o “assalto” aos bolsos dos
portugueses. Aumentava o consumo e fazia mexer a economia. Passos Coelho devia
agradecer.
Belmiro de Azevedo quer salários baixos e diz que as manifs são um divertimento
para os desempregados. Faltava-nos este. Há muito que voltei às lojas do meu
bairro.
Há vozes lúcidas.
Jean- Claude Junker, primeiro-ministro do Luxemburgo que recusou abandonar o
seu povo e permitiu a ida de Durão Barroso para presidente da Comissão, tem
lançado alguns avisos: “os demónios da guerra estão apenas a dormir”, e alertou
para a possibilidade de uma “revolução social”. Oiçam-no…
Jornalista/advogada
- Escreve ao sábado
Sem comentários:
Enviar um comentário