domingo, 24 de março de 2013

Cabo Verde – Queda da Ponte: Manuel Inocêncio Sousa foi accionado criminalmente





O ex-ministro e actual PCA da CVTelecom poderá vir a sentar-se no banco dos réus por causa da queda da ponte da Boa Vista. Por outro lado, aquele que é um dos principais (senão primeiro) responsáveis pelo desastre anda em São Nicolau a fiscalizar obras públicas, ao serviço da sua empresa privada

No rescaldo do relatório sobre a queda da ponte de Ribeira d’Água (ocorrida em 12 de Novembro de 2012), que imputa responsabilidades ao ex-ministro das Infraestruturas e Economia Marinha Manuel Inocêncio, o deputado José Luís Santos entregou ontem no Tribunal da Boavista uma denúncia exigindo à Procuradoria-geral da República a instrução de um processo-crime contra o actual PCA da CVTelecom.

Balizado nas conclusões do referido relatório, o deputado do MpD eleito pela ilha das dunas considera que Inocêncio é um dos principais culpados pela queda da ponte e, como tal, para além das responsabilidades políticas, deve ser responsabilizado criminalmente. De referir que o Ministério Público da Boa Vista está a instruir um processo-crime para julgar os responsáveis onde, estranhamente, ainda não constava o nome do ex-ministro.

Inocêncio fiscaliza obras em São Nicolau

Curiosamente, aquele que é um dos principais responsáveis (senão mesmo o primeiro) pela queda da ponte de Ribeira d’Água tem sido visto, ultimamente, a fiscalizar obras públicas na ilha de São Nicolau. Uma situação que tem vindo a causar estranheza, porquanto ao PCA da CVTelecom, nomeado pelo Estado, não está atribuída qualquer competência nessa matéria, levando a supor que Manuel Inocêncio Sousa ande, nas horas de serviço da operadora de telecomunicações, a fazer uns biscates para a sua empresa privada de fiscalização de obras – precisamente aquela que ganhou quase todos os concursos públicos no tempo em que foi ministro.

Inocêncio foi visto em São Nicolau na última semana, mas em Outubro último – segundo várias fontes do Cabo Verde Directo – o ex-candidato às presidenciais já tinha estado na ilha a fiscalizar as obras da “estrada de desvio para o aeroporto”. Uma situação que tem motivado várias conversas e concitado muitas perguntas, nomeadamente, se será legítimo que o PCA de uma empresa com capitais públicos não esteja em exclusividade de funções; e, ainda, quem pagará as deslocações de Inocêncio, a sua empresa privada ou a CVTelecom?

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