O ex-ministro e
actual PCA da CVTelecom poderá vir a sentar-se no banco dos réus por causa da
queda da ponte da Boa Vista. Por outro lado, aquele que é um dos principais
(senão primeiro) responsáveis pelo desastre anda em São Nicolau a fiscalizar
obras públicas, ao serviço da sua empresa privada
No rescaldo do
relatório sobre a queda da ponte de Ribeira d’Água (ocorrida em 12 de Novembro
de 2012), que imputa responsabilidades ao ex-ministro das Infraestruturas e
Economia Marinha Manuel Inocêncio, o deputado José Luís Santos entregou ontem
no Tribunal da Boavista uma denúncia exigindo à Procuradoria-geral da República
a instrução de um processo-crime contra o actual PCA da CVTelecom.
Balizado nas conclusões do referido relatório, o deputado do MpD eleito pela
ilha das dunas considera que Inocêncio é um dos principais culpados pela queda
da ponte e, como tal, para além das responsabilidades políticas, deve ser
responsabilizado criminalmente. De referir que o Ministério Público da Boa
Vista está a instruir um processo-crime para julgar os responsáveis onde,
estranhamente, ainda não constava o nome do ex-ministro.
Inocêncio fiscaliza obras em São Nicolau
Curiosamente, aquele que é um dos principais responsáveis (senão mesmo o
primeiro) pela queda da ponte de Ribeira d’Água tem sido visto, ultimamente, a
fiscalizar obras públicas na ilha de São Nicolau. Uma situação que tem vindo a
causar estranheza, porquanto ao PCA da CVTelecom, nomeado pelo Estado, não está
atribuída qualquer competência nessa matéria, levando a supor que Manuel
Inocêncio Sousa ande, nas horas de serviço da operadora de telecomunicações, a
fazer uns biscates para a sua empresa privada de fiscalização de obras –
precisamente aquela que ganhou quase todos os concursos públicos no tempo em
que foi ministro.
Inocêncio foi visto em São Nicolau na última semana, mas em Outubro último –
segundo várias fontes do Cabo Verde Directo – o ex-candidato às presidenciais
já tinha estado na ilha a fiscalizar as obras da “estrada de desvio para o
aeroporto”. Uma situação que tem motivado várias conversas e concitado muitas
perguntas, nomeadamente, se será legítimo que o PCA de uma empresa com capitais
públicos não esteja em exclusividade de funções; e, ainda, quem pagará as
deslocações de Inocêncio, a sua empresa privada ou a CVTelecom?
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