quinta-feira, 28 de abril de 2011

Brasil: Presidente da Bunge defende direito a terras para investidores estrangeiros




FYRO - LUSA

Rio de Janeiro, 28 abr (Lusa) - o presidente da Bunge, Pedro Parente, confirmou que a lei que restringe a aquisição de terras por estrangeiros no Brasil afetou a empresa, uma das principais produtoras de etanol do país, numa época em que o mercado sofre com a alta dos preços do produto.

"A medida está ligada a uma preocupação de soberania, que não teve a intenção de atingir empresas como a nossa, mas o facto é que atingiu", afirmou o executivo, após participar de uma mesa de debate sobre a questão do futuro da produção de alimentos durante o VI Fórum Económico Mundial da América Latina.

Parente defendeu que, apesar de ser uma empresa de origem norte-americana, a Bunge possui mais de 20 mil funcionários no Brasil e é a terceira maior exportadora do país, pelo que não haveria motivos para esse tipo de restrição à sua expansão.

"A Bunge é uma empresa brasileira em todos os aspetos, ela produz no Brasil, emprega no Brasil e paga impostos no Brasil", ressaltou o executivo.

O preço da gasolina tem sofrido sucessivas subidas a nível interno nas últimas semanas, sobretudo devido à alta do etanol anidro, que é adicionado à gasolina com a intenção de reduzir a utilização do combustível fóssil.

Na opinião de Parente, o governo não deve intervir na situação com a criação de quotas ou metas de produção de biocombustíveis, como tem sido feito, mas sim no caso de garantir o acesso a terras.

A proposta em debate é permitir a estrangeiros apenas o direito de uso da terra, sem a garantia de posse.

"Se empresas como a Bunge têm condições favoráveis de investimento, o governo não tem que se preocupar com essa questão, porque o setor privado vai fazer a sua parte", declarou.

Parente confirmou que a empresa está interessada em aumentar os seus investimentos para a produção de etanol, o que implica também a compra de terras para a plantação da cana-de-açúcar.

"Toda relação ligada à agricultura e a áreas da cana-de-açúcar nos interessa. Nós precisamos crescer e o Brasil também precisa disso", concluiu.

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