domingo, 6 de maio de 2012

Timor-Leste: ATAÚRO, TÃO PERTO E TÃO LONGE DE DÍLI



Sapo TL, com foto

Situado a 25km a norte da capital Díli, a ilha de Ataúro serviu, no conturbado ano de 1975, de refúgio para o governador português da altura, Mário Lemos Pires. Trinta e sete anos depois, o termo “refúgio” ainda se aplica, mas por motivos mais bem sadios.

6.00am – Na verdade, os hóspedes teriam que acordar mais cedo para apanhar o barco de volta para Díli. “Bom dia!” diz a responsável pela embarcação.

“Vim para recolher o dinheiro do pagamento do transporte.” Um dos hóspedes ainda meio a dormir olha em volta, abre a mala, olha outra vez em volta e responde “espere um momento.”

Foi a risada geral no restante grupo, depois de um fim-de-semana bem passado. No entanto, ficamos sem saber se a resposta foi fruto da “letargia mental” ou da partida triste para realidade citadina. Ou de ambos.

“We´re going to Atauro for the weekend. Barry’s? Of course”

A citação foi copiada de um blog em que o titulo do post era “shit malai say”. E não está longe da verdade, já que o nome “Barry” é logo o primeiro nome que vem no que ao alojamento diz respeito.

As bonecas de Ataúro é outro do ex-libris da zona, “Tecida por mulheres e destinada às crianças” é o seu lema.

Tudo começou em 2006 através do padre Luís Fornasier, Piera Zurcher e um grupo reduzido de mulheres num pequeno espaço da Missão Católica de Ataúro.

Religião e dialectos

Apesar de pequena, a ilha de Ataúro conta com duas religiões, Evangelista Protestante (60%) e Católico (40%). Um indonésio de nome Martens, oriundo de uma das ilhas mais próximas de Ataúro, não teve muito sucesso no que ao Protestantismo diz respeito, mas que após a Segunda Guerra Mundial, o casal Franz Braz e Juliana Braz, provenientes da ilha Alor, reforçaram a sua posição.

Em 1962, os protestantes possuiam 18 capelas. Em termos linguísticos, há também algumas diferenças. São cinco os sucos existentes e para além do Tetum , falam-se mais três dialectos: o Raclungo em Macadade, o Hresuc em Maquili e o Hresua em Biqueli-Beloi, o Raclungo em Macadade e o Hresuc em Maquili. No entanto há um entendimento entre a população e a diferença reside somente na pronuncia.

Apesar destas diferenças, ambas as comunidades vivem em paz, não se registando qualquer tipo de atrito.

Mergulho, trekking ou simplesmente relaxar

Alternativas não faltam e é unânime, Ataúro é mesmo um paraíso. Ecoturismo é a palavra de ordem e os amantes do mergulho não hesitam em apontar como um dos melhores sítios do mundo, em que da para explorar o inexplorado.

A abundância de vida marinha e recifes intocáveis deixam qualquer um de queixo caído. E caso queiram fugir ao rebuliço da vida quotidiana na capital, não se esqueçam que apenas a uma hora de distância estão ao pé do paraíso.

Nota Página Global: Não considere que em Timor-Leste nada mais acontece digno de constar em notíciário. Só não existem é notícias da atualidade em português, apesar de a língua portuguesa ser um idioma constitucional a par do tétum. Acontece que o mundo está limitado a ter notícias em português ou em inglês via orgãos de comunicação social que tenham por lá correspondentes, porque naquele país as notícias do quotidiano são editadas simplesmente em tétum... em bahasa indonésio, ou até em inglês. Em português não. Por essa razão os lusófonos estão limitados à informação da Agência Lusa, Sapo TL ou da RTP, que é bastante limitada e, por muitas vezes, é informação oficial ou semi-oficial. Timor-Leste é o único país lusófono que não possui notícias online em português com origem em comunicação social timorense. A informação em tétum que existe quotidianamente é bastante. Aprenda tétum... se quiser saber o que acontece em Timor-Leste em fluxo independente e alternativo. Ou então "desligue-se" e desinteresse-se pelo país. Afinal, presentemente, parece que já nem precisam do resto do mundo lusófono e naquele país, que se saiba, não há cura para a soberba. (Redação - AV)

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