JYDN – MAG – Lusa –
foto Manuel de Almeida
Durante uma sessão
pública "Governo de Esquerda", promovida pelo Bloco, em Aveiro, João
Semedo mostrou-se confiante em que o Tribunal Constitucional irá declarar a
inconstitucionalidade do Orçamento fazendo com que, assim, seja travada a sua
aplicação.
"Este
Orçamento viola em muitos aspetos a Constituição, e se o anterior foi declarado
inconstitucional, confiamos que este também seja declarado
inconstitucional", disse o líder bloquista, adiantando que,
"dificilmente, um Governo sobreviverá a dois Orçamentos
inconstitucionais".
"Não se pode
governar contra o país. Não se pode governar contra a Constituição. É
excessivo, é demais e seguramente essa seria uma decisão que tornaria este
Governo, que já está moribundo, num Governo a caminho da demissão",
afirmou.
O coordenador do
Bloco adiantou ainda que o Presidente da República "ficará muito
fragilizado" se não demitir o Governo, na sequência da declaração de
inconstitucionalidade do Orçamento.
"Apesar de o
Presidente da República ser um amigo dos partidos que governam e ter sido
colocado em Belém com o apoio dos partidos que governam, não lhe restará outra
solução que não seja demitir o Governo, mesmo que isso seja contra a sua
vontade", disse João Semedo.
O líder bloquista
assumiu ainda que o grande objetivo do Bloco é demitir o Governo, abrir caminho
à realização de eleições antecipadas, e construir um Governo de Esquerda que
mude o rumo da política nacional.
Na mesma sessão,
João Semedo disse ainda não concordar que um Governo de esquerda tenha como
primeiro objetivo a saída do euro, reagindo às declarações do deputado do PCP
Agostinho Lopes, que defendeu hoje que um governo "patriótico e de
esquerda deve preparar o país para a saída da zona euro".
"Não nos
parece que o país ficasse em melhores condições do ponto de vista económico,
financeiro e também do ponto de vista social com a saída do euro, porque isso
promoveria uma desvalorização brutal do valor dos salários, e acentuaria as
tendências para uma maior pobreza e um maior colapso da nossa economia",
disse o coordenador do Bloco.
João Semedo defende
que a posição dos bloquistas passa por lutar, dentro do país e do espaço
europeu, por políticas diferentes que assegurem o equilíbrio das contas, mas
também pelo desenvolvimento da economia e de políticas ativas de emprego e de
coesão social.
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