Nicolau Santos –
Expresso, opinião, em Blogues
O Governo impôs
esta quinta-feira que 50% dos subsídios de férias e de Natal do próximo ano
sejam pagos em duodécimos no setor privado. Os restantes 50% de ambos os
subsídios continuarão a ser pagos nas datas e nos termos já previstos
legalmente.
Quando se chega ao
ponto de o Governo determinar como devem as empresas gerir os seus fluxos de
caixa já estamos para lá de Bagdad em matéria de intromissão do Estado na vida
do setor privado.
Mas como é
evidente, o Governo não está preocupado com as empresas ou com as famílias:
está preocupado consigo e com os efeitos que terão nas folhas salariais o
brutal aumento de impostos que está contido no Orçamento do Estado para 2013.
A revolta que daí
decorreria seria tanta e a indignação tamanha que o Executivo resolveu fazer
uma esperteza saloia. Com este pagamento de 50% dos subsídios de férias e de
Natal ao longo dos 12 meses disfarça a enorme quebra salarial que aí vem devido
ao aumento dos impostos - e prepara, ao mesmo tempo, o fim definitivo daqueles
dois subsídios.
É a tentativa de,
por um truque barato de circo, impor a ilusão de que afinal a subida dos
impostos não é assim tão feroz.
O problema é que,
no final do ano, feitas as contas, os contribuintes vão perder cerca de 30% do
seu rendimento por via fiscal. E contra isto não há ilusionismo barato que
resista.
Podiam ter
contratado Luís de Matos, o nosso mais famoso ilusionista. Ele certamente faria
desaparecer muito melhor os subsídios de férias e de Natal que o Governo nos
vai levar e no final ainda batíamos palmas.
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