Exploração de
diamantes em Angola em expansão e com perspetivas de crescimento
21 de Janeiro de
2013, 09:19
Luanda, 21 jan
(Lusa) - A exploração diamantífera em Angola, que garantiu 765 milhões de euros
de receitas em 2011, está em expansão, face aos anúncios do grupo privado
português Escom e da estatal angolana Endiama, reportados hoje pela imprensa em
Luanda.
Segundo a edição de
hoje do Jornal de Angola, Hélder Bataglia, presidente do Conselho de
Administração da Escom, maior grupo privado português presente em Angola,
anunciou para meados deste ano o início da produção de diamantes na concessão
de Luô e na região Tchegi, depois de quatro anos de prospeção, através da
participada Escom Mining.
O investimento foi
feito ao longo de cinco anos e, só em prospeção, o grupo empregou 155 milhões
de euros em 14 concessões, o que permitiu que se tivesse uma noção das reservas
que existem na região concessionada. Essa região constitui apenas a primeira
fase da exploração, como ficou combinado no acordo rubricado entre a Escom
Mining e a Endiama.
O grupo Escom,
fundado em 1993 pelo grupo Espírito Santo e por Hélder Bataglia, começou a
atividade ligada ao "trading" e apostou depois na diversificação dos
investimentos, designadamente na energia.
Nas declarações ao
Jornal de Angola, Hélder Bataglia disse que a Escom vai investir no setor
energético, permitindo o "desenvolvimento harmonioso e sustentado" de
toda a atividade mineira.
Também na edição de
hoje do Jornal de Angola, o presidente do Conselho de Administração da Endiama,
Carlos Sumbula, salienta que a estatal angolana vai iniciar ainda este ano a
exploração da primeira mina de diamantes na província de Malanje, o aluvião de
Maua.
Segundo Carlos
Sumbula, a entrada em funcionamento dessa mina e da primeira mina aluvionar do
Tchege, na província da Lunda-Sul, constituem "sinal favorável" para
o subsetor dos diamantes este ano.
A perspetiva de
crescimento antecipada pela Endiama é ainda justificada pela retoma das
atividades nas minas do Calonda e Uari (antiga Sociedade Mineira do Lucapa),
numa altura em que foi já retomada a produção da mina do Cambange (ex-Luarica).
Ainda nas Lundas Norte e Sul vão ser inauguradas este ano, ou o mais tardar no
início de 2014, novas minas de kimberlitos, como as minas de Chiri e Tchiuzo.
Saliente-se que as
minas do Calonda e Uari fazem parte das explorações alvo de disputa judicial
entre Portugal e Angola, no quadro dos investimentos da empresa estatal
portuguesa Sociedade Portuguesa de Empreendimentos (SPE).
A Endiama anunciou
em novembro de 2011 que iria encerrar a exploração do Lucapa sob a alegação de
incumprimento contratual da SPE, que detém 49 por cento daquela exploração.
Os restantes 51 por
cento pertencem à Endiama, que a 06 de dezembro de 2011 anunciou a atribuição
dos direitos de exploração anteriormente atribuídos à SPE à Sociedade Mineia
Kassypal, uma unidade da "holding" angolana Grupo António Mosquito.
Segundo o Jornal de
Angola, "o cenário favorável no subsetor dos diamantes" deve-se ao
facto de a Endiama ter privilegiado uma estratégia de estabilização do preço do
diamante angolano, o que atraiu investidores e a assinatura de contratos de
prospeção para jazigos primários e secundários, atualmente fixados em 43.
EL // VM.
Fundações de Cabo
Verde e Angola juntas para preservar memória
21 de Janeiro de
2013, 19:35
Cidade da Praia, 21
jan (Lusa) - As fundações Amílcar Cabral, de Cabo Verde, e Sagrada Esperança,
de Angola, assinaram hoje na Cidade da Praia um acordo de cooperação para
preservar a memória histórica, cultural e científica das independências dos
dois países.
O acordo, assinado
por Pedro Pires, presidente da Fundação Amílcar Cabral, e Afonso Van-Dunen
Mbinda, homólogo da Fundação Sagrada Esperança, prevê um programa de cooperação
plurianual, tendo por base a colaboração conjunta em projetos para divulgar a
história das independências e dos seus personagens.
As duas fundações
vão promover a troca e a consulta de acervos, seminários, conferências e
exposições, bem como apoiar, em parceria com universidades, a divulgação e
estudos mais aprofundados entre estudantes.
Para Pedro Pires, o
acordo significa "um passo importante" para a valorização dos heróis
das independências dos dois países, com particular destaque para Amílcar Cabral
e Agostinho Neto.
Afonso Mbinda
apelou para a participação dos jovens em estudos mais aprofundados sobre as
duas personalidades e sobre as histórias dos dois movimentos que lideraram os
processos de luta pela independência - Movimento Popular de Libertação de
Angola (MPLA) e Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC).
O PAIGC, a 19 de
janeiro de 1981, na sequência do golpe de Estado de 14 de novembro de 1980 na
Guiné-Bissau, "rompeu" com o projeto cabralista da unidade Guiné/Cabo
Verde, dissolveu a força política e criou, na Cidade da Praia, o Partido
Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).
O acordo foi
celebrado um dia após terem terminado os três dias de trabalhos do Fórum
Amílcar Cabral, promovido pela fundação homónima e que juntou na capital
cabo-verdiana personalidades do mundo político e académico de cerca de uma
dezena de países, entre eles de Portugal.
Amílcar Cabral foi
assassinado em Conacri a 20 de janeiro de 1973, mas a sua morte continua
envolta em mistério.
JSD //JMR.
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