terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Angola: DIAMANTES EM CRESCIMENTO, COM CABO VERDE NA MEMÓRIA A CABRAL




Exploração de diamantes em Angola em expansão e com perspetivas de crescimento

21 de Janeiro de 2013, 09:19

Luanda, 21 jan (Lusa) - A exploração diamantífera em Angola, que garantiu 765 milhões de euros de receitas em 2011, está em expansão, face aos anúncios do grupo privado português Escom e da estatal angolana Endiama, reportados hoje pela imprensa em Luanda.

Segundo a edição de hoje do Jornal de Angola, Hélder Bataglia, presidente do Conselho de Administração da Escom, maior grupo privado português presente em Angola, anunciou para meados deste ano o início da produção de diamantes na concessão de Luô e na região Tchegi, depois de quatro anos de prospeção, através da participada Escom Mining.

O investimento foi feito ao longo de cinco anos e, só em prospeção, o grupo empregou 155 milhões de euros em 14 concessões, o que permitiu que se tivesse uma noção das reservas que existem na região concessionada. Essa região constitui apenas a primeira fase da exploração, como ficou combinado no acordo rubricado entre a Escom Mining e a Endiama.

O grupo Escom, fundado em 1993 pelo grupo Espírito Santo e por Hélder Bataglia, começou a atividade ligada ao "trading" e apostou depois na diversificação dos investimentos, designadamente na energia.

Nas declarações ao Jornal de Angola, Hélder Bataglia disse que a Escom vai investir no setor energético, permitindo o "desenvolvimento harmonioso e sustentado" de toda a atividade mineira.

Também na edição de hoje do Jornal de Angola, o presidente do Conselho de Administração da Endiama, Carlos Sumbula, salienta que a estatal angolana vai iniciar ainda este ano a exploração da primeira mina de diamantes na província de Malanje, o aluvião de Maua.

Segundo Carlos Sumbula, a entrada em funcionamento dessa mina e da primeira mina aluvionar do Tchege, na província da Lunda-Sul, constituem "sinal favorável" para o subsetor dos diamantes este ano.

A perspetiva de crescimento antecipada pela Endiama é ainda justificada pela retoma das atividades nas minas do Calonda e Uari (antiga Sociedade Mineira do Lucapa), numa altura em que foi já retomada a produção da mina do Cambange (ex-Luarica). Ainda nas Lundas Norte e Sul vão ser inauguradas este ano, ou o mais tardar no início de 2014, novas minas de kimberlitos, como as minas de Chiri e Tchiuzo.

Saliente-se que as minas do Calonda e Uari fazem parte das explorações alvo de disputa judicial entre Portugal e Angola, no quadro dos investimentos da empresa estatal portuguesa Sociedade Portuguesa de Empreendimentos (SPE).

A Endiama anunciou em novembro de 2011 que iria encerrar a exploração do Lucapa sob a alegação de incumprimento contratual da SPE, que detém 49 por cento daquela exploração.

Os restantes 51 por cento pertencem à Endiama, que a 06 de dezembro de 2011 anunciou a atribuição dos direitos de exploração anteriormente atribuídos à SPE à Sociedade Mineia Kassypal, uma unidade da "holding" angolana Grupo António Mosquito.

Segundo o Jornal de Angola, "o cenário favorável no subsetor dos diamantes" deve-se ao facto de a Endiama ter privilegiado uma estratégia de estabilização do preço do diamante angolano, o que atraiu investidores e a assinatura de contratos de prospeção para jazigos primários e secundários, atualmente fixados em 43.

EL // VM.

Fundações de Cabo Verde e Angola juntas para preservar memória

21 de Janeiro de 2013, 19:35

Cidade da Praia, 21 jan (Lusa) - As fundações Amílcar Cabral, de Cabo Verde, e Sagrada Esperança, de Angola, assinaram hoje na Cidade da Praia um acordo de cooperação para preservar a memória histórica, cultural e científica das independências dos dois países.

O acordo, assinado por Pedro Pires, presidente da Fundação Amílcar Cabral, e Afonso Van-Dunen Mbinda, homólogo da Fundação Sagrada Esperança, prevê um programa de cooperação plurianual, tendo por base a colaboração conjunta em projetos para divulgar a história das independências e dos seus personagens.

As duas fundações vão promover a troca e a consulta de acervos, seminários, conferências e exposições, bem como apoiar, em parceria com universidades, a divulgação e estudos mais aprofundados entre estudantes.

Para Pedro Pires, o acordo significa "um passo importante" para a valorização dos heróis das independências dos dois países, com particular destaque para Amílcar Cabral e Agostinho Neto.

Afonso Mbinda apelou para a participação dos jovens em estudos mais aprofundados sobre as duas personalidades e sobre as histórias dos dois movimentos que lideraram os processos de luta pela independência - Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

O PAIGC, a 19 de janeiro de 1981, na sequência do golpe de Estado de 14 de novembro de 1980 na Guiné-Bissau, "rompeu" com o projeto cabralista da unidade Guiné/Cabo Verde, dissolveu a força política e criou, na Cidade da Praia, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

O acordo foi celebrado um dia após terem terminado os três dias de trabalhos do Fórum Amílcar Cabral, promovido pela fundação homónima e que juntou na capital cabo-verdiana personalidades do mundo político e académico de cerca de uma dezena de países, entre eles de Portugal.

Amílcar Cabral foi assassinado em Conacri a 20 de janeiro de 1973, mas a sua morte continua envolta em mistério.

JSD //JMR.

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