terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Moçambique: GUEBUZA “OPULENTE”, DEPUTADOS RENUNCIAM, CHEIAS NO VERMELHO




Principal partido da oposição moçambicana critica "opulência" no aniversário do PR

22 de Janeiro de 2013, 09:11

Maputo, 22 jan (Lusa) - A Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição no país, criticou hoje a "opulência" com que o Presidente da República, Armando Guebuza, comemorou o seu 70.º aniversário, numa altura em que o país sofre com cheias.

A Presidência moçambicana promoveu no domingo, nos jardins da Ponta Vermelha, residência oficial do chefe de Estado moçambicano, um banquete para mais de mil pessoas por ocasião do 70.º aniversário de Armando Guebuza.

A festa de anos do chefe de Estado moçambicano teve honras de transmissão em direto durante cerca de seis horas no canal público de televisão, TVM.

Comentando à Lusa a comemoração do aniversário de Armando Guebuza, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, considerou-a "uma ostentação da opulência e prova da insensibilidade, num momento de sofrimento da população moçambicana", devido às cheias.

Dados do Governo referem que 35 pessoas morreram e mais de 25 mil estão afetadas pelas inundações da época chuvosa em Moçambique, que se iniciou em outubro, mas que regista agora o seu pico.

"Metade do dinheiro gasto ali (na festa do aniversário do Presidente da República) servia para mitigar o sofrimento das vítimas das cheias. O chefe de Estado podia ter optado por uma comemoração mais discreta em solidariedade com as vítimas das calamidades", enfatizou Fernando Mazanga.

Para o principal partido da oposição, o modo como foram assinalados os 70 anos de vida de Armando Guebuza é mais uma prova de que os altos dirigentes moçambicanos perderam contacto com a realidade em que a maioria da população vive.

Em declarações ao diário O País, de Maputo, Elísio Freitas, dirigente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), acusou igualmente o chefe de Estado de falta de sensibilidade.

"Fiquei extremamente agastado com a situação quando vi aquelas imagens, logo depois de ver muita gente a perder casas, seus bens e pessoas a morrerem", criticou o delegado político do MDM na cidade de Maputo.

"Noutros quadrantes, um Presidente sério desmarca todos os programas que tem quando se regista uma catástrofe como a que vimos no nosso país", acrescentou Freitas.

PMA // MLL.

Deputados da Frelimo renunciam a cargos na Administração Nacional de Estradas devido à Lei de Probidade Pública

22 de Janeiro de 2013, 09:53

Maputo, 22 jan (Lusa) - O presidente da Administração Nacional de Estradas de Moçambique (ANE) e um vogal da instituição, ambos deputados da Frelimo, partido no poder, cessaram funções na empresa em cumprimento da nova Lei de Probidade Pública, refere hoje a imprensa.

O diário O País publica uma circular em que se dá conta da decisão do ministro das Obras Públicas moçambicano, Cadmiel Muthemba, de fazer cessar funções ao presidente da Administração Nacional de Estradas (ANE), Luciano de Castro, e ao vogal Agostinho Vuma.

Em declarações à imprensa, o assessor do Ministério das Obras Públicas, Joaquim Cossa, adiantou que Luciano de Castro e Agostinho Vuma submeteram em dezembro pedidos de exoneração dos cargos.

Luciano de Castro e Agostinho Vuma são os primeiros deputados da Assembleia da República a renunciar aos seus cargos numa empresa pública em obediência aos impedimentos previstos na Lei da Probidade Pública, que entrou em vigor em finais do ano passado.

A norma torna incompatível a acumulação de funções de deputado e de cargos em empresas públicas, situação que afeta dezenas de deputados da Frelimo.

O instrumento legal em causa tem gerado polémica em relação à sua vinculação, com alguns deputados da Frelimo a defender a não retroatividade da norma e outros a assumirem que todos os casos de acumulação de funções estão abrangidos pela nova lei.

PMA // MLL.

Governo moçambicano declara alerta vermelho para zonas centro e sul, chuvas matam 40 pessoas

22 de Janeiro de 2013, 10:37

Maputo, 22 jan (Lusa) - O Governo moçambicano declarou hoje o alerta vermelho institucional para as zonas centro e sul de Moçambique, o que pressupõe que pode retirar compulsivamente a população próxima das principais bacias hidrográficas, cujos caudais estão acima do nível crítico.

Em comunicado, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de Moçambique prevê o agravamento da situação hidrológica e meteorológica, face à contínua queda de chuvas no interior do território moçambicano e nos países vizinhos da África Austral.

Pelo menos 40 pessoas morreram devido às fortes chuvas que assolam Moçambique desde outubro, afetando 37 mil pessoas em todo o país, indicam dados governamentais hoje divulgados.

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