terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Moçambique: CAUDAL DO LIMPOPO AMEAÇA, BECHTEL NO LNG, RIO TINTO PONDERA VENDA




Aumento do caudal do Limpopo ameaça cinco distritos no sul de Moçambique

21 de Janeiro de 2013, 08:34

Maputo, 21 jan (Lusa) - A subida das águas do Limpopo ameaça cinco distritos no sul de Moçambique, tendo as autoridades confirmado a morte de 13 pessoas desde o início do ano, e 35 desde outubro, vítimas das fortes chuvadas que afetam o país.

A subida do caudal do segundo maior rio da África Austral deve-se à insistente chuva que afeta Moçambique e os países por onde circula o Limpopo - África do Sul, Botsuana e Zimbabué - e que está a provocar inundações em grandes áreas junto da sua foz, na província de Gaza.

Os distritos de Mabalane, Guijá, Chókwè, Chibuto e Xai Xai são os mais afetados segundo a Direção Nacional de Águas, de Moçambique.

Na estação de mediação de Comumbune, o nível de alerta é de 4,5 metros mas, no sábado, foram registados valores de 7,58 metros.

Outros cursos no país, como os rios Zambeze, Save, Incomáti e Pungué, cujos caudais já ultrapassaram o nível de alerta, constituem fonte de preocupação para as autoridades moçambicanas.

No sábado, a albufeira de Cahora Bassa, no rio Zambeze, no centro de Moçambique, começou a fazer descargas de 650 metros cúbicos por segundo para criar capacidade de encaixe face a eventuais descargas de países a montante, como a Zâmbia.

As chuvas que se registam em Moçambique desde outubro do ano passado já causaram a morte de 35 pessoas, das quais 13 ocorreram em janeiro, anunciou no domingo o Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades.

Mais de 25 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas, entre as quais cerca de oito mil crianças que deveriam estar a frequentar as aulas.

Segundo a ministra da Administração Estatal, Carmelita Namachulua, as chuvas afetaram 11.600 pessoas em Manica, Cidade de Maputo (4.342), Província de Maputo (3.835), Nampula (1990) e Zambézia (1914).

Na maioria, os casos de morte foram por arrastamento, principalmente de crianças, afogamento por travessia de rios, desabamento de casas, 12 pessoas eletrocutadas, oito casos por descargas elétricas e agressão por crocodilos", disse a ministra.

LAS // HB

Empresa norte-americana Bechtel participa no primeiro projeto LNG em Moçambique

21 de Janeiro de 2013, 08:52

Maputo, 21 jan (Lusa) - A empresa de construção e engenharia norte-americana Bechtel foi escolhida para participar no primeiro projeto de liquefação de gás natural (LNG, na sigla inglesa) em Moçambique, que tem as primeiras vendas previstas para 2018.

A empresa foi escolhida pela também norte-americana Anadarko para projetos de engenharia e design para a fase inicial da fábrica de LNG que será construída ao largo da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

A futura fábrica terá uma capacidade de produção anual de cinco milhões de métricos cúbicos de gás natural liquefeito.

"Estamos emocionados com a perspetiva de trabalharmos com a Anadarko e os seus parceiros no desenvolvimento de um projeto de classe mundial que garanta empregos e desenvolvimento económico a Moçambique", disse Jack Futcher, presidente da empresa, citado num comunicado.

A Anadarko prevê produzir 50 milhões de toneladas de gás natural liquefeito, no seu projeto do norte de Moçambique, cujas receitas poderão igualar o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique.

A Anadarko, com sede no Texas, EUA, considera que existem reservas suficientes que justificam a instalação de 10 unidades de liquefação, correspondente a uma produção anual de 50 milhões de toneladas de GNL nos próximos anos.

A produção deverá arrancar em 2018.

O consórcio liderado pela Anadarko (36,5%) integra a japonesa Mitsui & Co. (20%), as indianas Bharat Petroleum Corp. e Videocon Industries (com 10% cada), a tailandesa PTT (8,5%) e a moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (15%).

Atualmente, a Anadarko emprega cerca de mil trabalhadores moçambicanos, e este número poderá aumentar para atingir 10 mil durante a fase de construção.

LAS // VM.

Rio Tinto pondera toda a operação em Moçambique incluindo a sua venda

22 de Janeiro de 2013, 08:22

Maputo, 22 jan (Lusa) - A Rio Tinto, a segunda maior mineira mundial, poderá vender a sua operação na mina de Benga, em Moçambique, na sequência de pesados prejuízos ali registados e que resultaram na demissão do seu administrador principal.

Segundo uma fonte não identificada, citada hoje pela agência Bloomberg, a mineira anglo-australiana, com sede em Londres, está a avaliar a operação de extração de carvão em Moçambique, "e todas as opções estão em aberto", incluindo a venda total ou parcial dos ativos.

A edição de hoje do Financial Times afirma que a Rio Tinto poderá, em alternativa, aliar-se a mineiras rivais que operam em Tete, como a brasileira Vale, na construção e utilização conjunta de infraestruturas ferroviárias.

O jornal, citando igualmente fontes não identificadas, refere também a possibilidade de venda parcial da unidade moçambicana do grupo.

Na última semana, a empresa anunciou que as suas contas em Moçambique foram afetadas em cerca de dois mil milhões de euros e ficarão abaixo do previsto, devido à alegada falta de capacidade de infraestruturas de transporte no país.

O transporte através do rio Zambeze do carvão de Tete para os portos do Índico foi chumbado pelo governo de Maputo e a atual linha férrea não tem capacidade para escoar a enorme produção naquela província moçambicana.

Em consequência dos prejuízos, a empresa demitiu o seu presidente-executivo, o norte-americano Tom Albanese, que foi substituído pelo australiano Sam Walsh.

Em 2011, a Rio Tinto comprou a australiana Riversdale, concessionária inicial da mina em Moçambique, por cerca de 3,07 mil milhões de euros.

LAS // MLL.

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