Aumento do caudal
do Limpopo ameaça cinco distritos no sul de Moçambique
21 de Janeiro de
2013, 08:34
Maputo, 21 jan
(Lusa) - A subida das águas do Limpopo ameaça cinco distritos no sul de
Moçambique, tendo as autoridades confirmado a morte de 13 pessoas desde o
início do ano, e 35 desde outubro, vítimas das fortes chuvadas que afetam o
país.
A subida do caudal
do segundo maior rio da África Austral deve-se à insistente chuva que afeta
Moçambique e os países por onde circula o Limpopo - África do Sul, Botsuana e
Zimbabué - e que está a provocar inundações em grandes áreas junto da sua foz,
na província de Gaza.
Os distritos de
Mabalane, Guijá, Chókwè, Chibuto e Xai Xai são os mais afetados segundo a
Direção Nacional de Águas, de Moçambique.
Na estação de
mediação de Comumbune, o nível de alerta é de 4,5 metros mas, no sábado, foram
registados valores de 7,58 metros.
Outros cursos no
país, como os rios Zambeze, Save, Incomáti e Pungué, cujos caudais já
ultrapassaram o nível de alerta, constituem fonte de preocupação para as
autoridades moçambicanas.
No sábado, a
albufeira de Cahora Bassa, no rio Zambeze, no centro de Moçambique, começou a
fazer descargas de 650 metros cúbicos por segundo para criar capacidade de
encaixe face a eventuais descargas de países a montante, como a Zâmbia.
As chuvas que se
registam em Moçambique desde outubro do ano passado já causaram a morte de 35
pessoas, das quais 13 ocorreram em janeiro, anunciou no domingo o Conselho
Coordenador de Gestão de Calamidades.
Mais de 25 mil pessoas
foram afetadas pelas chuvas, entre as quais cerca de oito mil crianças que
deveriam estar a frequentar as aulas.
Segundo a ministra
da Administração Estatal, Carmelita Namachulua, as chuvas afetaram 11.600
pessoas em Manica, Cidade de Maputo (4.342), Província de Maputo (3.835),
Nampula (1990) e Zambézia (1914).
Na maioria, os
casos de morte foram por arrastamento, principalmente de crianças, afogamento
por travessia de rios, desabamento de casas, 12 pessoas eletrocutadas, oito
casos por descargas elétricas e agressão por crocodilos", disse a
ministra.
LAS // HB
Empresa
norte-americana Bechtel participa no primeiro projeto LNG em Moçambique
21 de Janeiro de
2013, 08:52
Maputo, 21 jan
(Lusa) - A empresa de construção e engenharia norte-americana Bechtel foi
escolhida para participar no primeiro projeto de liquefação de gás natural
(LNG, na sigla inglesa) em Moçambique, que tem as primeiras vendas previstas
para 2018.
A empresa foi
escolhida pela também norte-americana Anadarko para projetos de engenharia e
design para a fase inicial da fábrica de LNG que será construída ao largo da
província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
A futura fábrica
terá uma capacidade de produção anual de cinco milhões de métricos cúbicos de
gás natural liquefeito.
"Estamos
emocionados com a perspetiva de trabalharmos com a Anadarko e os seus parceiros
no desenvolvimento de um projeto de classe mundial que garanta empregos e
desenvolvimento económico a Moçambique", disse Jack Futcher, presidente da
empresa, citado num comunicado.
A Anadarko prevê
produzir 50 milhões de toneladas de gás natural liquefeito, no seu projeto do
norte de Moçambique, cujas receitas poderão igualar o Produto Interno Bruto
(PIB) de Moçambique.
A Anadarko, com
sede no Texas, EUA, considera que existem reservas suficientes que justificam a
instalação de 10 unidades de liquefação, correspondente a uma produção anual de
50 milhões de toneladas de GNL nos próximos anos.
A produção deverá
arrancar em 2018.
O consórcio
liderado pela Anadarko (36,5%) integra a japonesa Mitsui & Co. (20%), as
indianas Bharat Petroleum Corp. e Videocon Industries (com 10% cada), a
tailandesa PTT (8,5%) e a moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos
(15%).
Atualmente, a
Anadarko emprega cerca de mil trabalhadores moçambicanos, e este número poderá
aumentar para atingir 10 mil durante a fase de construção.
LAS // VM.
Rio Tinto pondera
toda a operação em Moçambique incluindo a sua venda
22 de Janeiro de
2013, 08:22
Maputo, 22 jan
(Lusa) - A Rio Tinto, a segunda maior mineira mundial, poderá vender a sua
operação na mina de Benga, em Moçambique, na sequência de pesados prejuízos ali
registados e que resultaram na demissão do seu administrador principal.
Segundo uma fonte
não identificada, citada hoje pela agência Bloomberg, a mineira
anglo-australiana, com sede em Londres, está a avaliar a operação de extração
de carvão em Moçambique, "e todas as opções estão em aberto",
incluindo a venda total ou parcial dos ativos.
A edição de hoje do
Financial Times afirma que a Rio Tinto poderá, em alternativa, aliar-se a
mineiras rivais que operam em Tete, como a brasileira Vale, na construção e
utilização conjunta de infraestruturas ferroviárias.
O jornal, citando
igualmente fontes não identificadas, refere também a possibilidade de venda
parcial da unidade moçambicana do grupo.
Na última semana, a
empresa anunciou que as suas contas em Moçambique foram afetadas em cerca de
dois mil milhões de euros e ficarão abaixo do previsto, devido à alegada falta
de capacidade de infraestruturas de transporte no país.
O transporte
através do rio Zambeze do carvão de Tete para os portos do Índico foi chumbado
pelo governo de Maputo e a atual linha férrea não tem capacidade para escoar a
enorme produção naquela província moçambicana.
Em consequência dos
prejuízos, a empresa demitiu o seu presidente-executivo, o norte-americano Tom
Albanese, que foi substituído pelo australiano Sam Walsh.
Em 2011, a Rio
Tinto comprou a australiana Riversdale, concessionária inicial da mina em
Moçambique, por cerca de 3,07 mil milhões de euros.
LAS // MLL.
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