segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Portugal: RESTOS DE HISTÓRIA DE UM TERRITÓRIO ABANDONADO




Filipe Morais – Jornal i, com Lusa

Estudo mostra que dois quintos do território têm “muito baixa densidade”

O estudo é do Instituto do Território e já está no gabinete do primeiro-ministro, com uma conclusão que pode ser preocupante: há dois quintos do território continental que têm “muito baixa densidade”, segundo 15 critérios que tiveram em conta os perfis territorial, demográfico, de povoamento, socioeconómico e de acessibilidade. O território do continente tem uma área de 92 mil km2, pelo que quase 37 mil km2 estarão nesta situação.

O trabalho feito pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro refere que o território de muito baixa densidade é “marcadamente rural, climaticamente severo, com uma população envelhecida e em perda, de povoamento escasso e disperso, funcionalmente periférico e com uma acessibilidade decrescente aos principais serviços e bens públicos, economicamente marginal e dependente de uma agricultura de subsistência e/ou das prestações sociais públicas”. O interior do continente é o mais afectado, tal como algumas “regiões de transição”, segundo explicou Luís Ramos, o coordenador do estudo, à Lusa. Além da demografia, os problemas são também “económicos de acesso a bens e serviços fundamentais”. O investigador adianta que o estudo foi entregue ao gabinete do primeiro-ministro e diz que “o governo está a analisar a proposta, no sentido de lhe dar corpo em termos de políticas públicas. Desde que aceite este conceito, poderá utilizá-lo na preparação do próximo quadro e outras medidas políticas, como as questões que têm a ver com uma reorganização ou o acesso aos serviços públicos dos vários territórios”.

Luís Ramos deixa ainda uma ideia, de que as políticas públicas “não têm necessariamente de passar por mais despesa, mas por compreender que as lógicas da alta densidade não devem ser idênticas às lógicas em zonas do país onde não há o mesmo número de quadros, de empregos e de pessoas. Tem a ver com a racionalização de custos, garantindo que no interior não se fazem políticas de investimento que depois se traduzem em custos de manutenção incomportáveis”. Com Lusa

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