quarta-feira, 3 de julho de 2013

Portugal: PORTAS DISPOSTO A NEGOCIAR ACORDO DE COLIGAÇÃO COM PASSOS COELHO



SOFIA RODRIGUES - Público

Reunião da comissão executiva do segundo partido do governo terminou sem decisões definitivas e deixa a porta aberta à manutenção do Governo em funções.

O CDS vai mostrar abertura para renegociar o acordo de coligação com o PSD. É essa a principal conclusão da reunião da direcção do partido liderado por Paulo Portas desta quarta-feira.

A reunião, que terminou já depois das 17 horas, deixou em aberto a possibilidade de a coligação se manter, apurou o PÚBLICO.

De acordo com fontes da direcção centrista, a negociação deverá ocorrer directamente entre os dois líderes, Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, e deverá acontecer assim que o primeiro-ministro regressar de Berlim.

A comissão executiva decidiu também manter para o próximo fim de semana o congresso electivo do CDS-PP, sendo certo que Paulo Portas mantém a sua recandidatura à liderança do partido.

A forma como decorreu o processo de escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor Gaspar na pasta das Finanças desagradou ao líder do CDS por considerar que a sua opinião não foi tida em conta por Passos Coelho.

Já na última remodelação - a entrada de Miguel Poiares Maduro para substituir Miguel Relvas - Portas queixou-se de não ser ouvido na nova orgânica do Governo. E deu sinal disso ao faltar à tomada de posse do novo ministro, no final de Abril. 

O funcionamento da coligação é uma das razões alegadas para Paulo Portas se ter demitido ontem do Governo. Segundo fonte centrista, uma das razões para o líder do CDS ser ministro permitia ter um maior envolvimento nas decisões estratégicas.

Como considera que isso não está a acontecer, Portas decidiu apresentar a demissão de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, mas não quebrou a coligação. Sinal disso é que os dois ministros do CDS, Mota Soares e Assunção Cristas, ainda não apresentaram a demissão. Até ao início desta tarde nenhum membro do governo indicado pelo CDS tinha recebido instruções para se demitir.

Sem comentários:

Mais lidas da semana