SOFIA RODRIGUES - Público
Reunião da comissão
executiva do segundo partido do governo terminou sem decisões definitivas e
deixa a porta aberta à manutenção do Governo em funções.
O CDS vai mostrar
abertura para renegociar o acordo de coligação com o PSD. É essa a principal
conclusão da reunião da direcção do partido liderado por Paulo Portas desta
quarta-feira.
A reunião, que
terminou já depois das 17 horas, deixou em aberto a possibilidade de a
coligação se manter, apurou o PÚBLICO.
De acordo com
fontes da direcção centrista, a negociação deverá ocorrer directamente entre os
dois líderes, Paulo Portas e Pedro Passos Coelho, e deverá acontecer assim que
o primeiro-ministro regressar de Berlim.
A comissão
executiva decidiu também manter para o próximo fim de semana o congresso
electivo do CDS-PP, sendo certo que Paulo Portas mantém a sua recandidatura à
liderança do partido.
A forma como
decorreu o processo de escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Vítor
Gaspar na pasta das Finanças desagradou ao líder do CDS por considerar que a
sua opinião não foi tida em conta por Passos Coelho.
Já na última
remodelação - a entrada de Miguel Poiares Maduro para substituir Miguel Relvas
- Portas queixou-se de não ser ouvido na nova orgânica do Governo. E deu sinal
disso ao faltar à tomada de posse do novo ministro, no final de Abril.
O funcionamento da
coligação é uma das razões alegadas para Paulo Portas se ter demitido ontem do
Governo. Segundo fonte centrista, uma das razões para o líder do CDS ser
ministro permitia ter um maior envolvimento nas decisões estratégicas.
Como considera que
isso não está a acontecer, Portas decidiu apresentar a demissão de ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros, mas não quebrou a coligação. Sinal disso é
que os dois ministros do CDS, Mota Soares e Assunção Cristas, ainda não
apresentaram a demissão. Até ao início desta tarde nenhum membro do governo
indicado pelo CDS tinha recebido instruções para se demitir.
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