MB – VM - Lusa
Bissau, 04 fev
(Lusa) - Vladimir Deuna, 29 anos, é o mais novo candidato à liderança do PAIGC,
principal partido da Guiné-Bissau, e diz que se for eleito quer ser
primeiro-ministro para implementar o modelo do ex-Presidente do Brasil Lula da
Silva.
Em declarações hoje
à Agência Lusa, Vladmir Deuna, licenciado em Direito no Brasil, (e falando com
sotaque daquele país), diz que vai ser o futuro primeiro-ministro da
Guiné-Bissau porque vai ganhar o congresso do PAIGC (Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde) que deve ter lugar em maio próximo.
"Quero
reconciliar e renovar a família do PAIGC. O partido precisa da nova geração que
não tem compromisso com ninguém senão com o povo. Vou ser presidente do partido
e ir para eleições com quadros competentes para assumir a governação a partir
das próximas eleições gerais", afirmou Deuna.
O jovem Vladimir,
que já apresentou formalmente a candidatura no passado fim de semana, diz que
se for primeiro-ministro não vai perder tempo. A ideia é formar um "Governo
coeso" e arrancar com o programa Fome Zero lançado pelo ex-Presidente do
Brasil Lula da Silva.
"Quero ser o
Lula da Silva da Guiné-Bissau. Amílcar Cabral (fundador do PAIGC e da
nacionalidade guineense) dizia que devemos seguir os bons exemplos pois isso
não é vergonha e nem é errado. Lula da Silva transformou o Brasil, antes de ele
chegar ao poder a pobreza no Brasil era extrema mas ele diminui isso bastante.
Eu quero fazer a mesma coisa aqui", frisou.
"Eu quero
salvar o meu povo. Como é que penso fazer isso? É ser presidente do PAIGC e
logo ser candidato a primeiro-ministro, formar um Governo forte e implementar a
política de Fome Zero na Guiné-Bissau", explicitou.
Vladimir Deuna diz
ser "um animal político", que se preocupa com os demais, mas que quer
cooperar com países que forem justos com a Guiné-Bissau.
"A Guiné tem
potencialidades, é só fazer cooperação justa com países como Rússia, China,
Cuba e Brasil", observou Deuna, dizendo que não tem medo de nenhum
dirigente que se queira candidatar à liderança do PAIGC.
E acrescentou:
"Isto não é uma aventura, eu preparei-me para isto há muito tempo".
"O meu nome é
doutor Vladimir Deuna mas decidi chamar-me Vladimir Deuna Abel Djassi para
homenagear a organização dos pioneiros do partido. Não tenho medo dos outros
candidatos, porque eu sou jurista, com domínio do Estado. Não tenho medo das
elites. Sou humilde, sou filho de camponês. Quero debates internos para que os
militantes possam saber qual de nós está melhor preparado", afirmou.
Até agora,
formalizaram também já a candidatura à liderança do PAIGC Aristides Ocante da
Silva, ex-ministro da Função Pública, o atual presidente do partido, Carlos
Gomes Júnior, através de uma carta enviada de Portugal, onde se encontra desde
que foi alvo do golpe de Estado de abril de 2012, que afastou também do poder o
Presidente interino, Raimundo Pereira.
Também o
ex-secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
Domingos Simões Pereira já manifestou a intenção de se candidatar, mas ainda
não o fez formalmente.
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