segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Responsável da CPLP diz que “não há razão” para a Guiné Equatorial ficar fora da organização




PCR (SBR) APN – Lusa – foto António Silva

O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) considerou hoje que “não existe razão” para a Guiné Equatorial ficar à margem da organização, após um encontro em Malabo com o Presidente Teodoro Obiang.

“Não há razão para a Guiné Equatorial não entrar na CPLP, mas vamos trabalhar, ainda estamos longe. Só em 2014 é que há decisão. A Comunidade não é uma comunidade fechada, é uma comunidade aberta e vamos trabalhando com eles e com todos os candidatos que também queiram entrar”, disse Murade Murargy em declarações por telefone à Lusa, poucas horas após a reunião com o chefe de Estado equato-guineense.

O “encontro de cortesia”, definido como “cordial e amistoso”, seguiu-se a um convite de Obiang dirigido aos responsáveis da CPLP para uma visita ao país, que se iniciou na quinta-feira.

“[O Presidente] convidou-me para ver como está o país, transmitiu a vontade política de a Guiné Equatorial juntar-se à CPLP. São candidatos a membros de pleno direito, viemos ao país para avaliar o estado do plano de ação, traçado entre nós e as autoridades locais, e venho com uma atitude positiva, o plano está a avançar”, revelou.

Murade Murargy precisou que “o encontro foi muito cordial e amistoso, uma abertura total de parte a parte".

"Da nossa parte estamos dispostos a ajudar para que cumpram o plano de ação, e da sua parte a política firme de quererem entrar na CPLP”, acrescentou.

A Guiné Equatorial, país liderado por Teodoro Obiang desde 1979 e considerado um dos regimes mais fechados do mundo por organizações de direitos humanos, tem estatuto de país observador na CPLP desde 2006, mas o processo de adesão tem sido adiado, devendo voltar a ser discutido na próxima cimeira da organização lusófona, em Díli, capital de Timor-Leste, em 2014.

Na última cimeira de chefes de Estado e de governo da CPLP, a 20 de julho de 2012, a adesão plena da Guiné Equatorial foi de novo adiada e, ao contrário do que tinha acontecido dois anos antes, não foi fixado qualquer prazo para voltar a debater o assunto.

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