MSE - Lusa
Díli, 04 fev (Lusa)
- A Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), único partido
na oposição no parlamento timorense, pediu hoje ao governo que garanta mais
eficácia nos gastos públicos e uma gestão racional das receitas do petróleo.
"Precisamos
urgentemente de uma política macroeconómica e fiscal adequada para combater a
pobreza", afirmou Mari Alkatiri, secretário-geral da Fretilin.
O antigo
primeiro-ministro falava no parlamento nacional onde regressou como deputado
para participar na discussão do Orçamento de Estado para 2013, que atinge 1,797
mil milhões de dólares (cerca de 1,3 mil milhões de euros).
"A linha de
orientação seguida nos últimos anos, por mais boas intenções que tenha na sua
base, provou ser inadequada, ineficiente e pouco eficaz", afirmou Mari
Alkatiri, salientando que 60 por cento dos poucos mais de um milhão de
habitantes continuam a sofrer de privações.
Segundo o líder da
Fretilin, é preciso que o governo promova e garanta mais eficiência nos gastos
públicos para haver mais crescimento económico para permitir uma distribuição
mais equitativa da riqueza e diminuir a pobreza.
Para isso,
salientou Mari Alkatiri, é preciso uma "gestão racional das receitas do
petróleo".
O Orçamento de
Estado é financiado pelo Fundo Petrolífero, que em setembro era de cerca de 11
mil milhões de dólares.
"Pela
estrutura do Orçamento de Estado só podemos concluir que não existe nenhuma
política orçamental e económica coerente com a preocupação de combate à
inflação e à pobreza", disse Mari Alkatiri.
O crescimento
económico em Timor-Leste tem rondado os 12 por cento desde 2007, mas tem sido
acompanhado de uma inflação elevada que chegou aos 15,4 por cento em dezembro
de 2011.
Atualmente, a
inflação está estabilizada nos 11 por cento.
Para Mari Alkatiri,
a solução para baixar a inflação, que o governo pretende ver estabilizada entre
os 3 e os 4 por cento até 2017, passa pela "revisão da política de
despesas e gastos públicos".
Segundo o líder da
oposição, é preciso uma política regional de desenvolvimento integrado, a
promoção do empreendedorismo, através de apoios ao setor privado e o
desenvolvimento da agricultura.
"Olhando para
o governo não me deixam dúvidas que ele próprio é um meio de drenar recursos
públicos de uma forma pouco eficiente. É um governo grande, enorme, para o país
que temos", disse.
O governo de
Timor-Leste tem 55 membros, entre ministros, vice-ministros e secretários de
Estado.
*Também publicado em
TIMOR LOROSAE NAÇÃO, integrado em noticário acerca de Timor-Leste, Ásia e Oceânia-Pacífico
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