Opera Mundi – Efe, Londres
Malala Ysufzai foi
atacada em outubro por talibãs por defender o que seu fundo pretende promover
no país
Malala Ysufzai, a
adolescente paquistanesa atacada pelos talibãs por defender a educação feminina,
superou com sucesso as últimas intervenções cirúrgicas às quais foi submetida
no Reino Unido e anunciou um fundo de ajuda à educação no Paquistão através de
um vídeo divulgado nesta segunda-feira (04/02).
Esta foi a primeira vez que a adolescente, de 15 anos, fala publicamente após o
ataque sofrido em 9 de outubro em seu país, quando foi atingida por dois
disparos, um na cabeça e outro no pescoço, dos quais se recupera em um hospital
de Birmingham (Inglaterra).
"Hoje estou
viva. Posso falar, posso te ver, posso ver todos e melhoro a cada dia. E tudo
isso graças às preces das pessoas. Agradeço a todas essas pessoas que rezaram
por mim", afirmou Malala em um curto vídeo gravado antes de sua última
cirurgia, no sábado.
A adolescente voltou neste fim de semana ao hospital para que os médicos
colocassem uma peça de titânio, feita sob medida, em seu crânio, e fizessem um
implante com o qual será possível recuperar a audição do ouvido esquerdo, que
ficou danificado pelos disparos.
Os médicos esperam que esta seja a última cirurgia de Malala, que deverá agora
enfrentar um período de recuperação que deve durar de 15 a 18 meses.
A jovem ativista, que afirmou que após o ataque vive "uma segunda
vida", manifestou no vídeo que ajudará outras meninas que também se sentem
acuadas no Paquistão a quererem ir à escola.
"Esta é uma segunda vida. E quero ser útil. Quero ser útil para o povo.
Quero que cada menina, cada criança, seja educada. E por esse motivo
organizamos o 'fundo de Malala", explicou a adolescente.
"O fundo de Malala" é uma campanha que visa arrecadar fundos para
promover a educação feminina no Paquistão e foi criado pela ONG internacional
"Vital Voices", que trabalha para promover o desenvolvimento das
mulheres na vida pública e com sede em Washington.
Espera-se que Malala fixe residência permanente no Reino Unido, já que seu pai
conseguiu um trabalho no consulado do Paquistão em Birmingham.
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